Três bancos oferecem serviço
A antecipação da restituição do imposto de renda já pode ser obtida em três grandes bancos do país. Mas, apesar dos juros mais baixos que a média, os especialistas afirmam que esse tipo de linha de crédito é vantajoso apenas para quem tem dívidas com juros maiores.
Para ter acesso à antecipação, é preciso ser correntista da instituição financeira, escolhendo-a, na declaração à Receita, para receber o valor restituído. Os bancos, este ano, antecipam de 75% a 100%, cobrando juros a partir de 1,93% ao mês. O empréstimo será quitado quando o correntista receber a sua restituição ou até o último dia útil do ano.
Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Bradesco já lançaram as suas linhas. O BB tem a menor taxa, a partir de 1,93% ao mês, seguida do Bradesco, a partir de 2,31% ao mês e da Caixa, com juros a partir de 2,92%.
A Caixa adianta até 75% da restituição deste ano, enquanto o BB antecipa o valor integral. O Bradesco tem regras diferenciadas para correntistas que recebem o salário pelo banco. Enquanto esses podem antecipar 100%, os demais têm o limite de 80%. O valor máximo disponibilizado pelo banco é de R$ 20 mil.
O economista Edísio Freire acredita que a antecipação é vantajosa para quem está devendo no cartão de crédito ou no cheque especial. Nesses dois tipos de produtos, os juros mensais praticados costumam ser superiores a 10%.
"Quem usar a antecipação para liquidar essas dívidas estará acertando na escolha. Vale a pena antecipar, também, caso precise fazer uma compra, não puder pagá-la à vista e o parcelamento dela gere juros", diz.
À exceção dessas duas situações, Freire indica que o contribuinte espere para receber o valor do Leão. "Estrategicamente, é melhor deixar para receber a restituição no final do ano. Esse dinheiro vem corrigido por um índice mais vantajoso que a poupança", diz.
O economista Isaías Santana diz que é preciso ficar atento à sedução dos bancos, já que a antecipação também é uma operação de crédito, na qual incidem juros. "É uma operação que tem juros abaixo até do crédito direto ao consumidor, que fica em média em 4% ao mês, mas ainda assim são juros altos. Quanto mais distante de receber o dinheiro, mais juros o cliente pagará ao banco, perto de 3% ao mês, em média, contra 1% que o dinheiro rende. E se o contribuinte cair na malha fina e não receber o valor, esse será debitado de qualquer jeito pelo banco, no final do ano", diz.
FONTE: A Tarde