Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelam que, em agosto, foram registrados 785 focos de queimadas na Bahia, o que representa um aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A maioria dos incêndios, 506 ao todo, ocorreu no oeste do estado, na região do Cerrado, que é o segundo bioma com mais ocorrências de queimadas no Brasil, ficando atrás apenas da Amazônia.
Entre janeiro e 27 de agosto, o número total de incêndios no estado chegou a 3.265. Esse cenário é agravado por fatores como altas temperaturas, baixa umidade e ventos fortes, além das ações humanas prejudiciais.
O capitão Álvaro Serrão, do Corpo de Bombeiros, informou que a corporação conta com 129 membros distribuídos em cinco bases florestais, que estão localizadas em Barreiras e Bom Jesus da Lapa (oeste), Juazeiro (norte), Lençóis (Chapada Diamantina) e Vitória da Conquista (sudoeste). Essas equipes trabalham tanto no combate aos incêndios quanto na prevenção de novos focos.
“O ser humano é o causador da imensa maioria dos incêndios florestais. Todas as bibliografias que consultamos em relação aos incêndios florestais, e a nossa observação em campo, leva a crer que mais de 95% dos incêndios florestais poderiam ser evitados e são causados pela ação humana,” afirmou o capitão em entrevista ao podcast Eu Te Explico.
A meteorologista Cláudia Valeria explica que as condições na Bahia favorecem a propagação das queimadas devido à falta de chuvas, altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar e, especialmente nos meses de agosto e setembro, à intensidade dos ventos. “A gente sabe que essa é só a condição favorável, é necessária a intervenção do homem, principalmente para que esse fogo tenha início,” completou.