A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou uma notícia de fato à Polícia Federal (PF) e à Procuradoria-Geral da República (PGR), solicitando providências cabíveis contra o deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES).
Isto porque, durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública, ocorrida na Câmara dos Deputados, o parlamentar desejou a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O deputado teria proferido a declaração
ao comentar a ausência de provas acerca dos planos de assassinatos de Lula, do
vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSDB), e do ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF), Alexandre de Moraes, em 2022.
O plano, entretanto, foi descrito em denúncia oferecida pela
PGR contra acusados de tentativa
de golpe de Estado, em fevereiro deste ano. “Por mim, eu quero mais é
que o Lula morra! Eu quero que ele vá para o quinto dos infernos! É um direito
meu. Não vou dizer que vou matar o cara, mas quero que ele morra! Quero que vá
para o quinto dos infernos, porque nem o diabo quer o Lula. É por isso que ele
está vivendo aí. Superou o câncer... tomara que tenha um ataque cardíaco.
Porque nem o diabo quer essa desgraça desse presidente que está afundando nosso
país. E eu quero mais é que ele morra mesmo. Que andem desarmados. Não quer
desarmar cidadão de bem? Que ele ande com seus seguranças desarmados”, disse Gilvan
da Federal.
Entre as providências solicitadas
pela AGU, está uma possível investigação criminal. O órgão entende que as afirmações
do deputado podem configurar os crimes de incitação ao crime (artigo 286
do Código Penal) e ameaça (artigo 147 do Código Penal).
De acordo com a AGU, é preciso apurar se as declarações “excedem
ou não os limites da imunidade parlamentar, de acordo com o Artigo 53 da
Constituição Federal, segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
(STF), que tem entendido que a imunidade material não protege manifestações que
configurem crimes contra a honra ou incitação à violência, especialmente quando
se voltarem contra instituições democráticas ou agentes públicos investidos em
função de Estado. (STF, Inq 4.781)”, informa o documento da AGU.
Na mesma sessão em que Gilvan da
Federal desejou a morte de Lula, os deputados da Comissão de Segurança Pública
aprovaram o Projeto de Lei n. 4012/23, que veda o uso de armas de fogo pelos
agentes da segurança pessoal do presidente da República e dos ministros de
Estado.
A AGU também determinou a imediata instauração de
procedimento administrativo interno para apurar o fato, ressaltando que as
providências adotadas “visam à salvaguarda da integridade das instituições
republicanas e do Estado Democrático de Direito”.
*Com informações da Agência Brasil.