A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou, nesta sexta-feira (20), ao Supremo Tribunal Federal (STF), um parecer contra a soltura do general Walter de Souza Braga Netto.
O militar foi preso, na semana passada, no Rio de Janeiro, sob acusação de ser um dos principais articuladores do golpe de Estado planejado durante o governo do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL).
A manifestação da PGR foi motivada por um pedido da defesa de
Braga Netto, que solicitou que a detenção fosse substituída por medidas
diversas da prisão.
Os advogados do general alegaram, ainda, que as acusações que
pesam sobre o militar, de participação ativa na trama golpista, se tratam de
fatos passados, não havendo contemporaneidade para justificar a prisão
preventiva.
No entanto, para o procurador-Geral da República, Paulo
Gonet, permanecem válidas as razões que fundamentaram a prisão do general. Gonet
entende que medidas cautelares não são suficientes para a garantia da ordem
pública, conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei
penal.
O procurador justificou que "as tentativas do
investigado, de embaraçar a investigação em curso, denotam a
imprescindibilidade da medida extrema, dado que somente a segregação do
agravante poderá garantir a cessação da prática de obstrução”.
Gonet enfatizou, ainda, que “o quadro fático denota, assim, risco de continuidade delitiva, por parte do investigado, o que traz à espécie o elemento de contemporaneidade".
Braga Netto foi preso no dia 14 de dezembro, por determinação
do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe, que tramita na
Suprema Corte.
De acordo com a Polícia Federal (PF), o general da reserva e
vice na chapa de Bolsonaro em 2022 estaria obstruindo a investigação sobre a
tentativa de golpe de Estado no país, concertada para impedir a posse de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT).
A PF identificou que o general, indiciado por ser um dos
principais articuladores do plano golpista, tentou obter dados sigilosos da
delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que se encontra
preso e que assinou um acordo de delação premiada.
Após a prisão de seu cliente, a defesa negou que Braga Netto tenha obstruído as investigações.
*Com informações da
Agência Brasil.