Em novas orientações divulgadas nesta sexta-feira (10), o Vaticano anunciou que homens gays podem ser ordenados padres, desde que mantenham o celibato. A medida, elaborada pela Conferência Episcopal Italiana (CEI), representa um recuo em relação a uma instrução de 2016 que proibia a ordenação de seminaristas com “tendências homossexuais profundas”.

O documento com as novas diretrizes foi publicado na quinta-feira (9). Segundo o texto, os diretores de seminários devem considerar a orientação sexual dos candidatos ao sacerdócio, mas apenas como um dos vários aspectos a serem avaliados. “Ao lidar com tendências homossexuais no processo de formação, é adequado que a avaliação não se reduza apenas a este aspecto, mas sim busque entender seu significado em toda a estrutura da personalidade do jovem”, diz a orientação.

As novas diretrizes foram aprovadas em novembro e entrarão em vigor imediatamente, com possibilidade de revisão após três anos. Apesar da mudança de postura em relação a pessoas LGBT na Igreja, um comentário do Papa Francisco vazado à imprensa italiana gerou controvérsia. O Papa teria dito que os seminários já estão "cheios de viadagem", o que gerou reações diversas.

Bispos próximos ao pontífice afirmam que Francisco também teria se posicionado contra a possibilidade de homens gays se tornarem padres. No ano passado, em uma entrevista à agência Associated Press, o Papa afirmou que, embora a homossexualidade não seja um crime, ela é considerada pecado pela Igreja, além de pedir o fim de leis que criminalizam a orientação sexual ao redor do mundo.