Fernanda Torres protagonizou, na noite deste domingo (5), em Los Angeles, Estados Unidos, um momento histórico para o cinema brasileiro. A atriz foi agraciada com a estatueta de Melhor Atriz de Filme Dramático, no Globo de Ouro, evento criado, em 1944, pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) e que se tornou uma das mais tradicionais premiações da indústria do entretenimento.
Entregue pela primeira vez a uma brasileira, se configura
como um reconhecimento ao trabalho de Fernanda no filme Ainda Estou
Aqui. No longa-metragem dirigido por Walter Salles, ela interpreta a
advogada Eunice Paiva, viúva do deputado federal Rubens Paiva, torturado e assassinado pela
ditadura militar, em 1971.
Fernanda disputava o Globo de Ouro com grandes estrelas de
Hollywood, a exemplo de Nicole Kidman, Angelina Jolie, Tilda Swinton, Pamela
Anderson e Kate Winslet.
Há 25 anos, Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres,
disputou a mesma categoria pela atuação no filme Central do Brasil,
também dirigido por Salles. Ela não venceu, mas a produção ganhou o Globo de
Ouro na categoria melhor filme estrangeiro.
Em seu discurso de agradecimento, Fernanda Torres dedicou a
premiação, sobretudo, à mãe e falou sobre a obra e sua personagem central. "Isso
é uma prova que a arte dura na vida, até durante momentos difíceis pelos quais
a Eunice Paiva passou e com tanto problema, hoje em dia, no mundo. Esse é um
filme que nos ajudou a pensar em como sobreviver em tempos como esses. Então,
para a minha mãe, para a minha família, para os meus filhos e para todos, muito
obrigada ao Golden Globes”, disse.
Este ano, o Globo de Ouro premiou, na categoria de melhor
filme estrangeiro, a produção francesa Emilia Pérez, musical de
comédia criminal escrito e dirigido por Jacques Audiard.