Nas
ruas, a campanha eleitoral só começou a ganhar impulso de uma semana para cá. Pelo
menos em relação à dimensão visual. Há mais “santinhos”, adesivos e automóveis
plotados. Imagino que, até a primeira semana de outubro, a divulgação de nomes
e números vai se intensificar, tornando-se massiva.
Antes,
as campanhas eram mais longas, o eleitor estabelecia mais familiaridade com os
candidatos. Agora, graças às manobras do “Centrão”, o período é mais curto, justamente
para favorecer quem já está no poder, no exercício do mandato.
Aqui
na Feira de Santana, porém, a novidade não está em nada disso. O novo – mesmo –
é a campanha do “eu sozinho” para a Câmara Municipal. Lembro que, antes, nos
adesivos, os candidatos a vereador eram secundados por uma ampla fauna de
apoiadores. Presidentes, senadores, governadores, deputados e prefeitos
distribuíam-se em volta do candidato.
Quem
circula pela Feira de Santana está notando que o modelo caiu em desuso. Boa
parte de quem pretende tornar-se edil – sinônimo de vereador – exibe-se só, sem
os tradicionais padrinhos em volta.
Alguns,
mais minimalistas, exibem só a própria foto, o nome e o número. No máximo, um
slogan. Nada de partido, menos ainda de estampa dos graúdos da política.
Tampouco referências aos candidatos a prefeito.
O
padrão se aplica, inclusive, àqueles que já estão devidamente assentados no
Legislativo feirense. E àqueles que, segundo as entendidas vozes das esquinas,
estão bem cotados no páreo eleitoral.
É
mudança grande, que exige investigação. Sobretudo porque é um fenômeno local.
Em Salvador – por exemplo – a imagem de Bruno Reis (União), candidato à
reeleição, é exaustivamente explorada pelos candidatos a vereador que o apóiam.
O
que estará acontecendo na Feira de Santana? Os dois zés – José Ronaldo (União)
e Zé Neto (PT) – não estarão empolgando quem pretende representar os feirenses
na Câmara Municipal? É um movimento orquestrado? Ouvi alguns conhecedores da
política feirense, mas não obtive respostas conclusivas. Há quem nem sequer tenha
observado o fato.
Pelas
ruas, ouve-se dizer que a José Ronaldo e sua turma já ficaram tempo demais no
poder; por outro lado, dizem que Zé Neto não conta com grande simpatia do
eleitorado feirense. A julgar pelas escolhas dos candidatos a vereador, talvez
os dois lados tenham razão...
Mas
o fato – inequívoco – é que um deles chegará ao Paço Municipal em janeiro de
2025.