Novas estratégias para melhorar a viabilidade do Aeroporto
Governador João Durval Carneiro, localizado em Feira de Santana, foram
discutidas, na noite desta quarta-feira (1º), em uma reunião entre a classe
empresarial do municÃpio e representantes de órgãos de comunicação.
De acordo com o portal de notÃcias Acorda Cidade, o centro do
debate foi a atual situação do equipamento, que continua subaproveitado. A iniciativa
do projeto é do Grupo Executivo para Captação de Recursos e Investimentos,
coordenado pelo prefeito, Colbert Martins Filho, e pelo vice-prefeito de Feira
de Santana, Fernando de Fabinho.
O evento contou com a participação do professor José Renato
Sena, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), que falou sobre as
potencialidades do aeroporto local. Em entrevista ao Acorda Cidade, ele
destacou que a comunidade feirense ainda sabe muito pouco sobre a
funcionalidade do equipamento. "A impressão que a gente tem, quando comenta
sobre o aeroporto, é que as pessoas não possuem uma ideia do potencial que o
local tem, ou seja, na prática, a cidade não faz ideia do potencial que o
aeroporto tem a oferecer", observou.
O docente enfatizou, ainda, que o espaço é um modal aéreo com
grande vocação logÃstica e que sua localização faz dele um ponto estratégico. "É
algo que a cidade não pode deixar de ter e precisa trabalhar nesse sentido", frisou,
salientando que, "atualmente, existe um contrato de concessão, e nele, são
identificadas as obrigações que cada parte possui. Aqui, mostramos exatamente a
cópia destas obrigações que estão previstas em edital", afirmou.
Segundo Renato Sena, nesse momento, é imprescindÃvel dialogar
com o Estado, com o propósito de tornar o equipamento mais atrativo. "Focando
na prefeitura, o que ela precisa fazer nesse momento? Viabilizar novos acessos
para o aeroporto, fazendo com que ele se torne mais atrativo. Que o MunicÃpio
tenha um diálogo com o Estado, com a concessionária, visando oferecer a
possibilidade de atrair mais companhias aéreas e viabilizar este aeroporto,
porque quem ganha é a cidade", destacou.
Ainda de acordo com o professor, uma das possibilidades de
abertura de acesso ao aeroporto que o municÃpio tem é prolongar a Avenida
Ayrton Sena. "Quando a pessoa pega o mapa de Feira de Santana e verifica a
posição do aeroporto, o acesso que dá a melhor ligação até o local é a continuidade
da Avenida Ayrton Sena. É disso que estamos falando: criamos um prolongamento
dela, até porque a duplicação segue até um pouco depois do Cemitério São João
Batista, e, nesse caso, seria preciso fazer algumas desapropriações nas
proximidades da Avenida Anchieta, criando, assim, um novo acesso até o
aeroporto", avaliou.
Para Renato Sena, a Avenida Sérgio Carneiro não seria uma boa
escolha. "Aquele trecho é estreito, possui bastante quebra-molas. É a via que
faz a ligação com Coração de Maria e possui algumas restrições. Então, como não
há a possibilidade de fazer expansão, porque as casas estão muito próximas da
pista, a melhor solução, nesse caso, seria a Ayrton Sena", explicou.
Também em entrevista ao Acorda Cidade, o superintendente e diretor
técnico operacional do aeroporto, André Sena, disse que, além da classe
empresarial presente nas discussões sobre o futuro do aeroporto, é necessário
que a população também possa abraçar os novos projetos. "Este evento foi, realmente,
muito brilhante, pois, aqui, tratamos sobre a questão do aeroporto, apresentando
dados realmente técnicos. Foram apresentados números que demonstram, cada vez
mais, que o aeroporto é viável e que é possÃvel continuar com esta viabilidade.
Mas não podemos fazer esses encontros apenas com os empresários; é necessário
que a população também possa estar presente, para que abrace o nosso
empreendimento, porque ele é de suma importância para a cidade, além de ser uma
porta de entrada para o municÃpio", frisou.
O gestor enfatizou, ainda, que, atualmente, a situação
operacional do aeroporto não possui restrição. "Temos o balizamento funcionando
quando solicitado à noite. Temos a estação meteorológica disponÃvel,
equipamentos sofisticados e equipes que trabalham 24 horas. Hoje, só temos
aviação de pequeno porte, ou seja, avião particular. Só no mês de outubro,
tivemos quase 100 operações, aqui, no aeroporto", enumerou.
O vice-prefeito, Fernando de Fabinho, afirmou, por sua vez,
que Feira de Santana se tornou uma nova cidade após a inclusão do aeroporto. "Entendemos
que esse é um ponto muito importante para o desenvolvimento de Feira de
Santana, porque, hoje, a cidade é diferente sem o aeroporto. Estamos vendo Vitória
da Conquista, que tem a metade da nossa população, com um ótimo crescimento
econômico, nos dois últimos anos", comparou, tomando por base o funcionamento
do equipamento da outra cidade.
Fernando de Fabinho, no entanto, disse que é preciso realizar
planejamento e pensar as desapropriações necessárias para viabilizar o espaço. "Hoje,
aqui, precisamos ter uma nova companhia aérea, mas a gente também precisa
pensar no futuro, porque podemos ter a empresa Gol, a Azul, a Latam, mas não
adianta colocar um avião, agora, e, amanhã, essa empresa ter que colocar mais
dois, três aviões e o nosso aeroporto não ter espaço para isso. Então, se não
tiver a desapropriação, para começar a viabilizar, não iremos para lugar nenhum.
Essa é a nossa prioridade, ampliar toda a pista, para que tenhamos a capacidade
de poder operar sem muitos problemas", concluiu.