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Política

Filhos de ex-namoradas de Jairinho confirmam à polícia que sofriam agressões por parte do vereador

30 de Abril de 2021 | 12h 20
Filhos de ex-namoradas de Jairinho confirmam à polícia que sofriam agressões por parte do vereador
Foto: Vitor Brugger/Estadão Conteúdo

Suspeito de assassinar, por espancamento, o enteado Henry Borel, de quatro anos, o vereador Jairo Souza Santos Júnior, mais conhecido como Dr. Jairinho (sem partido), foi alvo de denúncias feitas pelos filhos de duas ex-namoradas.

Conforme o jornal O Globo, as crianças, de 13 e oito anos, foram ouvidas na Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV). Elas confirmaram ter sofrido sessões de tortura, protagonizadas pelo parlamentar. As mães das vítimas já haviam relatado as agressões ao delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), durante a investigação que apura a morte de Henry.

Filha de uma cabeleireira que manteve um relacionamento com Jairinho entre 2010 e 2014, a menina de 13 anos contou à polícia que o padrasto bateu sua cabeça contra a parede de um boxe de banheiro e que foi pisada por ele nos fundos de uma piscina, para que não conseguisse levantar e respirar.

Segundo o Uol, a avó da criança também foi ouvida pelos investigadores. Ela disse que chegou a questionar o vereador sobre um machucado na testa da neta. Contudo, Jairinho teria negado a agressão, afirmando que o ferimento havia sido provocado por uma batida no console do carro, após uma freada brusca. Outro fato relatado pela avó da garota diz respeito a uma lesão no braço da neta, que necessitou de imobilização. O parlamentar justificou que a menina havia se machucado durante as aulas de judô. O professor, no entanto, negou ter recordações do episódio.

Além disso, diz o Uol, a mulher contou que, certa vez, a neta lhe agarrou, chorando, vomitando e pedindo para que não a deixasse sozinha com o padrasto. A então enteada de Jairinho admitiu sofrer agressões oito meses depois deste episódio, ao assistir um programa de televisão que abordava casos de violência doméstica.

A segunda criança a prestar depoimento foi o filho da estudante Débora Melo Saraiva, com quem Jairinho se relacionou, entre idas e vindas, de 2014 a 2020. Conforme o Uol, nesta época, o parlamentar também era casado com a dentista Ana Carolina Ferreira Netto, mãe de dois dos seus três filhos.

Com oito anos, atualmente, o menino contou à polícia que o vereador colocou um papel e um pano em sua boca, mandando que ele não os engolisse. E relatou ter sido pisado por Jairinho, ao ser colocado deitado em um sofá, na sala da casa do parlamentar, em Mangaratiba.

Ainda de acordo com o Uol, a mãe do garoto relembrou outro episódio em que Jairinho afirmou que seu filho havia torcido o joelho. Ela disse que o menino havia ficado sozinho com ele. No hospital, os médicos constataram que a criança tinha sofrido uma fratura no fêmur.

Ao ser detido, no dia 8 de abril (um mês após a morte de Henry Borel), Jairinho prestou depoimento ao delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da DCAV, tendo negado as acusações feitas pela ex-namorada. Sobre a filha da cabeleireira, ele disse ter uma relação "amistosa", sem "grau de intimidade", também negando ser autor das agressões.

Jairinho se encontra preso em uma cela comum do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro. Ele teve a prisão expedida por atrapalhar as investigações do caso Henry Borel. A mãe do menino, Monique Medeiros, também foi presa, sendo conduzida ao Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niterói, Região Metropolitana do estado.

Em uma carta escrita na prisão e revelada esta semana, a mãe de Henry alterou sua versão sobre a morte do filho. De acordo com o Uol, no documento, ela relatou ser vítima de um relacionamento abusivo com o vereador. Entre as contradições ante seu depoimento à Polícia Civil, prestado no dia 17 de março, estão mudanças de posicionamento sobre o relacionamento do casal e sobre a convivência de Jairinho com o filho. Outra divergência diz respeito à dinâmica da morte do garoto. Procurado pelo site, Braz Sant'Anna, advogado do vereador, chamou a nova versão da mãe de Henry de "peça de ficção".



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