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Exploração sexual infantil bate recorde na internet, em 2023

06 de Fevereiro de 2024 | 11h 09

Resultado é o maior da série histórica iniciada em 2006

Exploração sexual infantil bate recorde na internet, em 2023
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Denúncias de imagens de abuso e exploração sexual infantil na internet bateram recorde no ano passado. O resultado é o maior da série histórica iniciada em 2006.

De acordo com a Agência Brasil, em 2023, foram registradas 71.867 queixas. O número é 28% superior ao último índice recorde, computado em 2008, quando as denúncias chegaram a 56.115 ocorrências.

Divulgados nesta terça-feira (6), os dados da Organização Não Governamental (ONG) Safernet mostram, ainda, que, em comparação com 2022, houve alta de 77,1%.

A entidade atribui o aumento do número de denúncias de imagens de abuso e exploração sexual a três principais fatores: demissões em massa, pelas big techs, que atingiram as equipes de segurança, integridade e moderação de conteúdo de algumas plataformas; proliferação da venda de imagens de nudez e sexo autogeradas por adolescentes; e uso de inteligência artificial para a criação desse tipo de conteúdo.

Ainda segundo a Agência Brasil, as denúncias desse tipo de imagem, somadas a outras violações de direitos humanos ou crimes de ódio na internet, como xenofobia, tráfico de pessoas, intolerância religiosa, neonazismo, apologia a crimes contra a vida, racismo, LGBTfobia, e misoginia, também bateram recorde.

A Safernet informou que, em 2023, recebeu um total de 101.313 queixas. O recorde anterior, registrado em 2008, totalizou 89.247 denúncias.

Entre os crimes de ódio praticados na internet, destacaram-se as altas, em relação a 2022, de 252,25% das denúncias de xenofobia, e de 29,97% de intolerância religiosa. A ONG detalhou, ainda, que o crescimento das queixas desses dois crimes está atrelado ao atual conflito bélico no Oriente Médio, entre o Estado israelense e forças de resistência assentadas no enclave palestino denominado Faixa de Gaza.

Entre 2023 e 2022, a Safernet registrou queda no número de denúncias de três crimes de ódio: racismo, que caiu 20,36%; LGBTfobia, que diminuiu 60,57%; e misoginia, cuja baixa foi de 57,56%.

A entidade ressaltou que, em 2023, a queda nas denúncias desses tipos de crimes era esperada. Isto porque ocorrências dessa natureza costumam ser maiores em anos eleitorais. Assim, foram maiores em 2018, 2020 e 2022.



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