Tribuna Feirense

  • Facebook
  • Twiiter
  • 55 75 99801 5659
  • Feira de Santana, s�bado, 08 de novembro de 2025

Cultura

Antônio Pithon, artista visual que transformava sucata em arte, morre aos 69 anos em Feira de Santana

04 de Novembro de 2025 | 10h 23
 Antônio Pithon, artista visual que transformava sucata em arte, morre aos 69 anos em Feira de Santana

Morreu nesta segunda-feira (3), aos 69 anos, o artista visual Antônio Macedo Pithon, que residia em Feira de Santana há mais de quatro décadas. O sepultamento está marcado para as 10h desta terça-feira (4), no Cemitério São Jorge.

Nascido em Jequié, em 25 de julho de 1956, Pithon construiu uma trajetória artística marcada pela originalidade e pela valorização da cultura nordestina. Pintor e escultor, ele se destacou por transformar sucatas, peças metálicas e objetos descartados em verdadeiras obras de arte — guerreiros, bailarinas, músicos, trens e carros ganhavam forma sob suas mãos habilidosas.

Sua arte também se manifestava em painéis compostos por talheres, correntes e outros materiais reaproveitados, que, embora parecessem rudes à primeira vista, ganhavam leveza e poesia em suas composições.

Entre os temas mais recorrentes de sua produção estavam as raízes sertanejas, com elementos como carros de boi, fauna, flora, o retirante, o burrico e o mandacaru, símbolos da vida e resistência do povo nordestino. A família também foi uma inspiração constante — casado, pai de cinco filhos e avô, Pithon retratava nas telas o afeto e as relações familiares, muitas vezes com rostos desfocados, em composições que evocavam emoção e introspecção.

Ao longo da carreira, participou de diversas exposições e eventos artísticos, como:

  • Câmara Municipal de Jequié (1971)

  • Feira de Artes de Jequié (1978)

  • Exposição individual no Mercado de Arte Popular (1980)

  • II Prêmio Jovem Pintor Pirelli Masp (1985)

  • Casa de Cultura de Jequié (1986)

  • Salões Regionais de Artes da Bahia e mostras no Museu Regional de Feira de Santana

Suas obras integram acervos públicos e privados, incluindo o Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira (MAC), além de hotéis, clínicas e coleções particulares, evidenciando o reconhecimento e a força de sua criatividade.

Antônio Pithon deixa um legado artístico singular, que ressignifica o cotidiano e enaltece a cultura do sertão baiano com sensibilidade e engenhosidade.


  




Cultura LEIA TAMBÉM

Charge da Semana

Charge do Borega

As mais lidas hoje