Morreu nesta segunda-feira (3), aos 69 anos, o artista visual Antônio Macedo Pithon, que residia em Feira de Santana há mais de quatro décadas. O sepultamento está marcado para as 10h desta terça-feira (4), no Cemitério São Jorge.
Nascido em Jequié, em 25 de julho de 1956, Pithon construiu uma trajetória artística marcada pela originalidade e pela valorização da cultura nordestina. Pintor e escultor, ele se destacou por transformar sucatas, peças metálicas e objetos descartados em verdadeiras obras de arte — guerreiros, bailarinas, músicos, trens e carros ganhavam forma sob suas mãos habilidosas.
Sua arte também se manifestava em painéis compostos por talheres, correntes e outros materiais reaproveitados, que, embora parecessem rudes à primeira vista, ganhavam leveza e poesia em suas composições.
Entre os temas mais recorrentes de sua produção estavam as raízes sertanejas, com elementos como carros de boi, fauna, flora, o retirante, o burrico e o mandacaru, símbolos da vida e resistência do povo nordestino. A família também foi uma inspiração constante — casado, pai de cinco filhos e avô, Pithon retratava nas telas o afeto e as relações familiares, muitas vezes com rostos desfocados, em composições que evocavam emoção e introspecção.
Ao longo da carreira, participou de diversas exposições e eventos artísticos, como:
Câmara Municipal de Jequié (1971)
Feira de Artes de Jequié (1978)
Exposição individual no Mercado de Arte Popular (1980)
II Prêmio Jovem Pintor Pirelli Masp (1985)
Casa de Cultura de Jequié (1986)
Salões Regionais de Artes da Bahia e mostras no Museu Regional de Feira de Santana
Suas obras integram acervos públicos e privados, incluindo o Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira (MAC), além de hotéis, clínicas e coleções particulares, evidenciando o reconhecimento e a força de sua criatividade.
Antônio Pithon deixa um legado artístico singular, que ressignifica o cotidiano e enaltece a cultura do sertão baiano com sensibilidade e engenhosidade.