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Lula diz que ligação de Roraima ao sistema nacional de energia é oportunidade econômica

10 de Setembro de 2025 | 16h 16
Lula diz que ligação de Roraima ao sistema nacional de energia é oportunidade econômica
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Nesta quarta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou do início dos testes de energização da linha de transmissão entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR). A operação marca o início do processo de conexão eletroenergética de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O estado, antes isolado, é o último da federação a ser conectado à rede nacional.

Segundo o Governo Federal, a interligação dará maior qualidade e proporcionará maior segurança energética à população, uma vez que possibilitará menos interrupções no fornecimento de energia.

Durante o evento, realizado na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em Brasília, Lula afirmou que, agora, Roraima tem todas as condições para impulsionar seu desenvolvimento econômico. “Estamos devolvendo a Boa Vista a cidadania que merece. Agora, os empresários que querem fazer investimento, Roraima tem uma possibilidade extraordinária de comércio exterior com o Suriname, Guiana, Trinidad e Tobago e com o Caribe”, lembrou o presidente.

Lula destacou, ainda, que o estado poderá ter três vezes mais energia do que a consumida atualmente. “Roraima tem essa possibilidade de ter um comércio forte com o Caribe, não apenas na venda de produtos de alimentação, mas também de produtos industrializados. Significa que o empresário que quiser fazer uma fábrica em Roraima, para produzir coisas e exportar para o Caribe ou exportar, mesmo, para o centro-sul do país, estão dadas as condições”, observou.

A partir de 2001, Roraima passou a ser abastecida pela energia elétrica gerada na Venezuela, por uma linha inaugurada pelos então presidentes Hugo Chávez e Fernando Henrique Cardoso.

Entretanto, em março de 2019, o fornecimento foi interrompido pelo país vizinho e, desde então, o abastecimento passou a ser feito, exclusivamente, por usinas termelétricas a gás e óleo diesel, transportados, diariamente, por cerca de 120 caminhões-tanque, que circulam entre Manaus e Boa Vista.

A conclusão das obras de energização permitirá a redução do consumo de combustíveis fósseis na região, com economia superior a R$ 600 milhões anuais nos custos. Esse valor é coberto pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), um encargo para subsidiar os sistemas isolados, pago pelos consumidores através da tarifa de energia elétrica.

A nova linha de transmissão contribuirá, ainda, para diminuir a emissão de gases de efeito estufa em mais de 1 milhão de toneladas de gás carbônico por ano. As diversas usinas termelétricas da região serão, agora, desligadas.

O empreendimento compreende 724 quilômetros de linhas de transmissão e três subestações: Lechuga, no Amazonas; Equador; e Boa Vista, já em Roraima. Os investimentos somam R$ 2,6 bilhões.

América do Sul – No evento, Lula defendeu a capacidade do Brasil em dar solução aos desafios do país. “O que a gente está demonstrando, aqui, é que o Brasil não deve nada a ninguém, em se tratando de competência, resiliência e capacidade”, disse.

O presidente defendeu, também, que haja a integração eletroenergética de toda a América do Sul. “Eu acho que esse sistema interligado, possivelmente, seja um modelo para o mundo. E o dia em que os presidentes da América do Sul tiverem consciência da importância de um sistema como esse, a gente pode interligar todo o potencial hídrico da América do Sul e a gente pode ser uma potência muito maior, fazendo com que nenhum país mais tenha problema de falta de energia, porque a gente pode fazer transmissão de um para o outro, na hora em que a gente quiser”, ponderou.

Para Lula, a integração é a melhor via para beneficiar uma região. “Vai levar um tempo ainda, mas eu acho que os governantes do mundo terão que compreender que quanto mais a gente estiver compartilhando as coisas bem-sucedidas, melhor será para o povo da nossa região”, frisou.

De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, os projetos de interligação com outros países da América do Sul já estão em andamento, inclusive, novamente, com a Hidrelétrica de Guri, na Venezuela.

O gestor explicou que a interligação Manaus-Boa Vista permitirá o escoamento de energia, também, no sentido contrário, da Venezuela e de futuras usinas hidrelétricas inventariadas em Roraima para o SIN.

Conforme Silveira, a nova linha tem capacidade de transmitir 1 gigawatts. “Nós já somos interligados ao Paraguai, através da maior usina de integração da América Latina, que é Itaipu Nacional. Nós somos interligados à Argentina e somos interligados ao Uruguai”, detalhou.

Ele salientou que a linha Manaus-Boa Vista “pode trazer de Guri os outros 750 megawatts que faltam para o Brasil, porque ela está levando a energia do Brasil para Roraima, mas, depois, vai trazer da Venezuela e, no futuro, com o arco norte, vai trazer também da Guiana”, explicou.

O ministro destacou que “hoje, ela vai ser utilizada só como 250 megawatts, mas pode trazer para o resto do Brasil 750 megawatts de uma energia muito mais barata do que o consumidor paga hoje, que é energia de térmicas a óleo”.

A linha de transmissão Manaus-Boa Vista foi licitada em 2011 e deveria estar em operação desde 2015. O projeto, no entanto, enfrentou problemas no licenciamento ambiental, já que passa pela Terra Indígena Waimiri-Atroari, e por questionamentos sobre o valor do contrato.

A obra iniciada em 2021 é de responsabilidade da concessionária Transnorte Energia, formada pela estatal Eletronorte e a empresa Alupar, que ganhou a concessão do linhão.

 

 

 

*Com informações da Agência Brasil.



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