A PolÃcia Civil de São Paulo (PCSP) prendeu, na tarde desta quinta-feira (3), um suspeito de envolvimento em um golpe milionário contra o sistema de pagamentos do Banco Central (BC), que inclui o Pix. Inicialmente, imaginou-se tratar de um ataque cibernético. Os criminosos desviaram uma cifra milionária.
De acordo com a corporação, o suspeito foi identificado como João
Nazareno Roque. Ele é operador de Tecnologia da Informação (TI) da C&M
Softwares, companhia que faz a integração de instituições financeiras com o
ambiente do Pix e de outros sistemas de pagamento, a exemplo da Transferência
Eletrônica DisponÃvel (TED), do Documento de Ordem de Crédito (DOC) e dos boletos.
Durante as buscas, o acusado confessou ter sido aliciado por
outros indivÃduos. Também afirmou que os ajudou a ingressar no sistema bancário
para a realização das solicitações de transferências via PIX diretamente ao BC.
Em um primeiro depoimento prestado à polÃcia, ele admitiu ter vendido a chave
de acesso.
O inquérito teve inÃcio a partir de um Boletim de Ocorrência (BO)
aberto, no último dia 30, para apurar um esquema de furto qualificado por meio
eletrônico, através de operações fraudulentas via PIX.
A empresa lesada, a princÃpio, é a BMP Instituição de
Pagamento S/A. O prejuÃzo foi de, aproximadamente, R$ 541 milhões.
Posteriormente, por meio do ataque, os criminosos conseguiram desviar recursos
de contas de oito instituições financeiras, no valor de, ao menos, R$ 800
milhões, segundo relatos de pessoas a par do assunto. O ataque cibernético já é
considerado o maior da história dentro do BC.
O Poder Judiciário autorizou o bloqueio de 270 milhões de uma
conta utilizada para receber os valores milionários roubados.
Segundo os investigadores, a C&M atende a instituições
financeiras de pequeno porte, não tendo acesso direto aos sistemas do Pix. A
empresa realizava essa conexão para 22 bancos, instituições de pagamento,
cooperativas e sociedades de crédito.
Assim que informado do incidente, o Banco Central desligou as
conexões da C&M aos sistemas do Pix. Por causa disso, instituições clientes
ficaram sem acesso ao Pix. No momento, conforme o BC, elas terão de procurar outros
prestadores de serviços para se reconectarem ao sistemas.
Ontem, o Banco Central autorizou o reestabelecimento parcial
dos serviços da C&M Softwares. A autoridade monetária enfatizou que a
suspensão cautelar dos serviços da empresa foi substituÃda por uma suspensão
parcial. "A decisão foi tomada após a empresa adotar medidas para mitigar
a possibilidade de ocorrência de novos incidentes", afirmou o BC, por meio
de nota.
Em entrevista ao portal de notÃcias g1, Kamal Zogheib,
diretor comercial da C&M, afirmou que a empresa foi vÃtima de uma ação
criminosa que envolveu o uso indevido de credenciais de clientes para tentar
acessar seus sistemas e serviços de maneira fraudulenta. O Banco Central e a
PolÃcia Federal (PF) estão investigando o caso.
*Com informações do
jornal O Globo e do portal g1.