O Museu de Arte Contemporânea (MAC) Raimundo de Oliveira, situado em Feira de Santana (BA), inaugura, na próxima quarta-feira (9), às 14 horas, a exposição Travessia, uma mostra coletiva que reúne obras de quatro jovens artistas visuais negros, todos eles estudantes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
Alison Souza, Camille Moreira, Gabriel Gomes e Isadora Silva
e Silva são artistas em formação, na cidade da Cachoeira. A exposição tem curadoria
de Gaspar Medrado, também estudante da instituição, e apresenta um conjunto de
trabalhos desenvolvidos, pelos autores, a partir da experiência de mobilidade
entre lugares-cidades, culturas e afetos.
A coletiva ocupará três salas do MAC: a principal, o espaço
Eurico Alves e a sala César Romero. Obras em várias linguagens artísticas estarão
expostas à visitação pública, como pintura, desenho, gravura, fotografia e
instalação. "O MAC sempre aposta no novo, no contemporâneo. Dessa vez,
abrimos as portas para quatro artistas promissores e talentosos do Recôncavo",
diz Georgia Pitombo, diretora da instituição museológica.
A mostra reúne mais de 30 obras, organizadas em temas que abordam o lugar, a origem, a memória, o corpo e as fronteiras simbólicas que povoam a vida do sujeito pós-moderno. Mais do que tratar sobre sair de um lugar e chegar a outro, a Travessia dos quatro artistas investiga a condição de ser e estar entre tempos, espaços, culturas e imaginários, aqui e agora.
Em diálogo com o território do Recôncavo Baiano, lugar
marcado pela diversidade de heranças africanas, conflitos e resistência
cultural, os artistas refletem sobre suas próprias experiências de mobilidade e
criação, no contexto da daquela localidade banhada pelo rio Paraguaçu.
Segundo o curador da mostra, Travessia resulta de processos artísticos desenvolvidos no âmbito da
permanência universitária. “Nesse contexto, o público estará diante de uma
jornada sensível pelas multiplicidades de formas e camadas culturais que
compõem a ideia de transitar no mundo contemporâneo. Nesse sentido, as obras
comentam sobre território, lugar de origem, tratando sobre pertencimento,
explorando a subjetividade e o cotidiano, a partir de uma vivência de uma
cidade histórica do interior baiano”, observa.
Gaspar Medrado salienta, ainda, que a exposição “é uma
celebração da possibilidade de compreensão da vida e do lugar, por meio de uma
representação, tendo a arte como linguagem e experimentação social”.
Conforme o curador, a mostra, cujo período de visitação se
estende até o dia 1º de agosto (terça à sexta, das 8 às 17h; e sábados, das 13h
às 17h) é uma realização do Atelier Amarelo e conta com o apoio da Secretaria
Municipal de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) de Feira de Santana.
O MAC – Mantido pela Prefeitura Municipal de
Feira de Santana (PMFS), o Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira é
um dos principais equipamentos culturais da cidade, tendo recebido 7,6 mil
visitantes, em mais de uma centena de eventos, no ano passado.
Em 2025, a instituição já abrigou as exposições Garganta, da artista plástica Simone Rasslan, e Colo de Mãe, da ceramista Maria Silvana, além de ter participado da 23ª Semana Nacional de Museus.
O MAC está situado na Rua Professor Geminiano Costa, 255,
Centro. A entrada da exposição é gratuita e a classificação, livre. Durante o
vernissage, no próximo dia 9, será realizada uma visita guiada. O público
também poderá participar de um bate-papo com os artistas, a partir das 15h.