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Mundo

Morre o Papa Francisco, aos 88 anos, em Roma

21 de Abril de 2025 | 09h 54
Morre o Papa Francisco, aos 88 anos, em Roma
Foto: Reprodução

Jorge Mario Bergoglio, líder da Igreja Católica Apostólica Romana, morreu às 7h35, horário de Roma, desta segunda-feira (21), no Vaticano. O anúncio foi feito pelo Camerlengo Kevin Farrell, da Casa Santa Marta. "Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da Igreja", declarou.

O Papa Francisco chegou a aparecer na sacada da Basílica de São Pedro, na manhã deste domingo (20), para a mensagem de Páscoa. “O Pontífice apareceu na sacada da Basílica de São Pedro para a mensagem de Páscoa Urbi et Orbi, deixando sua última mensagem para a Igreja e o mundo”, destacou o cardeal Farrell.

O porta-voz também agradeceu pela vida do Santo Padre e pelo seu legado. “Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino," acrescentou.

Primeiro Papa das Américas – Francisco assumiu o papado em 2013, tornando-se o primeiro Papa latino-americano e, também, das Américas. Ao longo dos últimos anos, começou a apresentar problemas de saúde, desde gripes e resfriados até ferimentos provocados por quedas, em seu próprio apartamento, no Vaticano.

Com a saúde cada vez mais fragilizada, chegou a usar cadeira de rodas e bengalas, para se locomover em eventos que exigiam maior esforço físico, além de limitar suas falas, em razão de diversas infecções respiratórias.

Em fevereiro, foi internado para realizar exames e tratar um quadro de bronquite, inflamação dos brônquios, geralmente provocada por vírus, como o da influenza ou o sincicial respiratório.

Apesar do agravamento da saúde, o pontífice vinha mantendo grande parte de sua agenda diária de compromissos, participando, inclusive, de reuniões em sua própria residência.

Biografia – Nascido em Buenos Aires, Argentina, Jorge Mario Bergoglio escolheu o nome Francisco para o seu pontificado. Filho de imigrantes italianos, era o mais velho de cinco irmãos, sendo dois homens e três mulheres.

Ainda jovem, ele se formou técnico em química, mas, pouco depois, escolheu o caminho do sacerdócio. Licenciou-se em filosofia, foi professor de literatura e psicologia e, posteriormente, também se licenciou em teologia.

Bergoglio foi ordenado sacerdote em dezembro de 1969, quando estava prestes a completar 33 anos. Depois de se tornar padre jesuíta, foi nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires e, posteriormente, em 2001, cardeal, pelo então papa João Paulo II.

Como arcebispo de Buenos Aires, diocese com mais de 3 milhões de pessoas, elaborou um projeto missionário centrado na comunhão e na evangelização. Também com foco na assistência aos pobres e aos enfermos.

No Vaticano, Francisco sucedeu o papa emérito Bento XVI que, em fevereiro de 2013, aos 78 anos, renunciou ao pontificado, em razão de problemas de saúde. Francisco chegou a presidir o funeral de Bento XVI, em janeiro de 2023. A homilia comparava o antecessor a Jesus.

Em meados de 2024, sobre a possibilidade de também ele renunciar, Francisco se referiu ao tema como “hipótese distante”. Isto porque, segundo ele, ainda tinha saúde suficiente para dar seguimento ao seu papado. “Não tenho motivos sérios o suficiente para me fazerem pensar em desistir”, afirmou.

PEDIU PELA PAZ – Ao longo de seu papado, Francisco lançou diversos apelos à comunidade internacional, pedindo o cessar-fogo em conflitos bélicos, tanto na Europa quanto no Oriente Médio, incluindo a guerra entre Rússia e Ucrânia e, mais recentemente, as ofensivas entre Israel e a Faixa de Gaza.

Para o pontífice, a paz é um direito da humanidade. “Todas as nações têm o direito de existir em paz e em segurança e seus territórios não devem ser atacados ou invadidos. A soberania deve ser respeitada e garantida pelo diálogo e pela paz, não pelo ódio e pela guerra”, disse.

Mulher em gabinete-chave da Igreja – Ao longo de sua trajetória como pontífice, Francisco promoveu profundas modificações na Igreja Católica. Em janeiro de 2025, nomeou uma mulher para chefiar um importante gabinete do Vaticano.

O Santo Padre escolheu a freira Simona Brambilla para dirigir o departamento responsável por todas as ordens da Igreja Católica, em substituição ao cardeal brasileiro reformado João Braz de Aviz. Esta foi a primeira vez que uma mulher ficou responsável por um dicastério ou congregação da Cúria da Santa Fé, órgão central de governo da Igreja Católica.

Milagre na Amazônia – Em outubro de 2024, durante missa na Praça de São Pedro, em Roma, Francisco proclamou a canonização do padre italiano José Allamano, fundador da congregação dos Missionários da Consolata, por um milagre que teria ocorrido na Amazônia brasileira.

Segundo a organização Consolata América, o milagre ocorreu em 1996, em Roraima, quando um indígena yanomami foi atacado por uma onça e apresentou um grave ferimento na cabeça. Um grupo de missionários teria invocado José Allamano, para interceder pela recuperação do rapaz. Segundo a Igreja, o milagre se realizou.

Mudanças climáticas – Em agosto de 2024, Francisco fez um de seus últimos alertas em prol da preservação do meio ambiente, exigindo uma ação global contra as mudanças climáticas. “Se medirmos a temperatura do planeta, isso nos dirá que a Terra está com febre. Ela está doente”, observou.

O Santo Padre pediu, em inúmeras ocasiões, que a natureza fosse salvaguardada. “Precisamos nos comprometer com a proteção da natureza, mudando nossos hábitos pessoais e comunitários”, disse, salientando que “os que mais sofrem com as consequências desses desastres são os pobres, aqueles que são forçados a deixar suas casas por causa de enchentes, ondas de calor ou secas”.

Bênção para casais homoafetivos – O pontificado de Francisco, do início ao fim, foi marcado pela defesa dos necessitados, dos excluídos, dos marginalizados, das minorias.

Em dezembro de 2023, o Vaticano anunciou, em decisão histórica aprovada pelo papa Francisco, que padres podem administrar bênçãos a casais do mesmo sexo, desde que não façam parte dos rituais ou liturgias regulares da Igreja Católica.

O documento emitido pelo doutrinário do Vaticano destaca que a bênção não legitima situações irregulares nem deve ser confundida com o sacramento do matrimônio, mas figura como um sinal de que Deus acolhe a todos.

O texto também cita que padres “não devem evitar ou proibir a proximidade da Igreja com as pessoas em todas as situações em que elas possam buscar a ajuda de Deus por meio de uma simples bênção”.

 

 

*Com informações da Agência Brasil.



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