Auditores-fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgataram 91 trabalhadores em condições análogas à de escravidão em duas pedreiras no município de Jacobina, no norte da Bahia.
Segundo a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), os trabalhadores atuavam na quebra manual de pedras de arenito, usadas principalmente em calçamentos de vias públicas. Eles operavam sob condições extremamente precárias: expostos ao sol forte, ao vento e à chuva, sem qualquer estrutura de proteção, higiene ou conforto.
Muitos realizavam suas atividades de chinelo ou com botas rasgadas, sem equipamentos de segurança como óculos de proteção e protetores auriculares, apesar do risco constante de acidentes e da exposição a ruídos intensos. Não havia kits de primeiros socorros no local, e vários trabalhadores apresentavam hematomas e cicatrizes resultantes de acidentes nas pedreiras.
Após o expediente, eles ainda eram obrigados a descansar em abrigos improvisados de pedras cobertos por lonas, com colchões no chão, sem acesso a banheiros ou água potável.
Nenhum dos trabalhadores resgatados possuía registro em carteira, e o pagamento era feito exclusivamente por produção, sem direitos como 13º salário, férias ou depósito de FGTS.
No total, a operação encontrou 248 trabalhadores nas pedreiras, sendo 118 sem registro em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).