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Segurança

Policial suspeito de matar adolescente e de disparar contra outro jovem, em SSA, apresenta-se ao DHPP

09 de Dezembro de 2024 | 10h 53

Considerado foragido da Justiça, ele se apresentou, na noite de ontem (8), na Delegacia de Homicídios

Policial suspeito de matar adolescente e de disparar contra outro jovem, em SSA, apresenta-se ao DHPP
Foto: Redes sociais

Considerado foragido desde a última sexta-feira (6), quando teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, o policial militar Marlon da Silva Oliveira, suspeito foi preso, após se apresentar no Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP), na noite deste domingo (8). Ele é suspeito de assassinar um adolescente a tiros e de atentar contra a vida de outro jovem, em Salvador.

A Polícia Civil da Bahia (PCBA) não detalhou se o agente segue na unidade ou se já foi transferido para o Batalhão da Polícia Militar (BPM). O crime aconteceu na madrugada do domingo (1º), no bairro de Ondina.

O homicídio e a tentativa de homicídio foram documentados em vídeo, por uma testemunha. As imagens mostram o momento em que o policial rendeu Gabriel Santos Costa, de 17 anos, e Haziel Martins Costa, de 19 anos.

Também é possível ver o agente xingando e agredindo os jovens. Na sequência, Marlon Oliveira dispara mais de dez tiros contra as vítimas. Gabriel não teve chance de socorro. O garoto morreu instantaneamente, no local do crime.

Haziel, por sua vez, foi levado para uma unidade de saúde da capital baiana, onde segue internado. De acordo com a mãe do rapaz, Kelly Martins, ele foi atingido no abdômen, braço e antebraço. O quadro clínico é grave.

DECLAROU LEGÍTIMA DEFESA – Antes de ser preso, o policial militar prestou depoimento. Durante a oitiva, ele admitiu ter atirado contra as vítimas. No entanto, alegou legítima defesa. O agente, que atua na 9ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), no bairro da Boca do Rio, disse à Polícia Civil que os rapazes tentaram assaltá-lo.

A alegação, porém, não foi aceita pela autoridade policial de plantão. O caso está sendo investigado. Informações preliminares apontam que, no momento em que atirou nas vítimas, Marlon da Silva Oliveira não estava fardado nem usava o carro de sua corporação.

A namorada do soldado também usou o argumento de legítima defesa em favor dele. A mulher, que não teve o nome divulgado, estava no local e foi arrolada como testemunha. Ela e mais sete pessoas já foram ouvidas pelo DHPP. O advogado Otto Lopes, contratado, pelo casal, como defensor, disse que não vai se manifestar até a conclusão do inquérito.

AFASTAMENTO – A Polícia Militar da Bahia (PMBA) instaurou um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), com o objetivo de apurar as circunstâncias do ocorrido. Inicialmente, a corporação afastou o agente das atividades operacionais.

O soldado, que teve a arma apreendida pela Polícia Civil, foi realocado para o setor administrativo da PM, até que os fatos sejam esclarecidos.

FAMÍLIA FALA EM EXECUÇÃO – Os familiares de Gabriel Costa estão pedindo a quebra de sigilo do celular do policial suspeito. O corpo do adolescente foi sepultado na tarde de segunda-feira (2), sob forte comoção e clamores de Justiça.

A mãe do garoto, identificada como Marlene Santos, disse que, inicialmente, não foi informada de que o filho havia morrido no local onde foi baleado. Ela soube que ele tinha sido ferido por volta das 3h30 do mesmo dia do crime. Na última terça-feira (3), ela prestou depoimento na sede do DHPP.

Na ocasião, cobrou soluções, por parte das autoridades e afirmou que as imagens mostram, claramente, que o filho foi assassinado. "Com aquela imagem, ninguém tem mais dúvida. Ele tem que falar o que ele fez e por que ele fez. Meu filho foi executado. Foi muita maldade. Eu nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo. Eu tinha pena das mães e agora estou no meio delas", declarou, referindo às milhares de mulheres que perdem seus filhos para a violência policial, no Brasil.

O pai do adolescente, que preferiu não se identificar, disse que o filho não tinha envolvimento com o mundo do crime. Ele contou que, dias antes de ser morto, Gabriel foi apreendido, por desacato à autoridade. Ele teria xingado um policial militar e sido acusado formalmente.

No entanto, o garoto foi liberado logo, em seguida. Segundo o pai, o xingamento ocorreu como resposta à ofensa do policial. "Podia ser o pior vagabundo rendido ali, ele não podia matar um ser humano. Era um menino bom. Não puxava bonde nenhum, graças a Deus! O policial o xingou. Ele também xingou o policial e foi preso. Aí, eu fui lá. Liberaram ele, lá na Dercca, mas não teve nada demais", relatou, em entrevista à TV Bahia, afiliada da Rede Globo de Televisão na região.

Na última quinta-feira (5), a mãe de Haziel Costa também cobrou a prisão do soldado acusado. Kelly Martins disse que o filho está em estado crítico. "Eu quero Justiça! Estou clamando por justiça! Cadê o governador do Estado? Cadê o secretário de Segurança Pública? Estou clamando por isso! Quero esse homem preso!", reivindicou.

O INQUÉRITO – Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) confirmou que a Polícia Militar instaurou um PAD e que a Polícia Civil abriu inquérito para esclarecer a motivação e a dinâmica do crime.

Segundo o órgão, a PCBA tem 30 dias para concluir as investigações. Depois, o caso será remetido ao Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA). A SSP-BA assegurou, ainda, que está acompanhando o caso de perto.

Responsável pela condução do inquérito, a delegada Zaira Pimentel pediu a prisão preventiva do suspeito na noite subsequente ao crime, mas, segundo ela, a Justiça não analisou a solicitação no Plantão Judiciário, por entender que não havia urgência.

Com isso, o PM acabou sendo liberado, pois o prazo para a decretação de flagrante já havia se esgotado. A delegada ressaltou que quando a Justiça apreciou o pedido e determinou a prisão preventiva, na sexta-feira (6), o suspeito não foi encontrado.




*Com informações do g1 BA.



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