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  • Feira de Santana, quarta, 11 de dezembro de 2024

César Oliveira

A cidade esponja e as inundações

18 de Novembro de 2024 | 20h 51
A cidade esponja e as inundações

Nascida Santana dos Olhos D’Água- nome, aliás, que nunca deveria ter sido mudado- Feira está sobre um lençol freático demonstrando pelas mais de 60 lagoas de sua origem. A maioria delas está aterrada pela especulação imobiliária e inércia do poder público,  mas uma parte delas resiste. Todo mundo em Feira é testemunha que qualquer escavação  resulta em drenagem de água e que em período de chuvas os alagamentos se tornam uma rotina perigosa e destrutiva na cidade. As inundações urbanas são um problema que ocorre em todo mundo especialmente pela impermeabilização do solo pela cobertura asfáltica que impede a drenagem das águas e resultam em perdas materiais e de vida.

Há inúmeras tentativas de enfrentamento para esse problema. A mais recente vem de um arquiteto chinês chamado Kongjian Yu, que desenvolveu o modelo que prevê a absorção dos temporais, através do que ficou conhecido como “cidade-esponja”. As cidades-esponja são áreas urbanas projetadas para absorver, armazenar e reutilizar a água da chuva de maneira eficiente. Desse ponto de vista as lagoas remanescentes em Feira devem ser preservadas a qualquer custo, pois elas são um espaço natural de absorção das águas das chuvas evitando o sofrimento e caos urbano que são gerados pelas enchentes.

A preservação não pode ficar restrita à lagoa Grande, ainda que eternamente inconclusa ou a lagoa Salgada que Ronaldo prometeu preservar com um parque. A demais lagoas precisam fazer parte de um plano de intervenção continua do poder municipal e estadual e dos órgãos de preservação ambiental que precisam deixar a passividade e figuração decorativa para agirem de forma eficiente na preservação desses espaços de segurança ambiental. 



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