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Segurança

Colômbia é indiciado, pela PF, como mandante das mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips

04 de Novembro de 2024 | 12h 51

Bruno Pereira e Dom Phillips foram assassinados em 2022, durante uma expedição investigativa ao Vale do Javari, no Amazonas

Colômbia é indiciado, pela PF, como mandante das mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips
Foto: Rede Amazônica

A Polícia Federal (PF) indiciou Rubén Dario da Silva Villar, mais conhecido como "Colômbia", como mandante dos homicídios do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. Os crimes aconteceram em junho de 2022, no Vale do Javari, no estado do Amazonas.

O documento de conclusão do inquérito foi encaminhado, na última sexta-feira (1º), ao Ministério Público Federal (MPF). Nove pessoas foram indiciadas, mas apenas Rubén Villar aparece como mentor intelectual das mortes. O acusado também responde por pesca ilegal e tráfico de drogas.

De acordo com a PF, "Colômbia" teria fornecido cartuchos para a execução do duplo homicídio, além de patrocinar financeiramente as atividades da organização criminosa. A ele também foi imputado o crime de ocultação de cadáver, uma vez que teria coordenado a ação para dar fim aos corpos das vítimas.

A corporação concluiu que os assassinatos foram motivados pelas fiscalizações realizadas por Bruno Pereira na região. No documento, finalizado dois anos após os assassinatos, a PF mostra a atuação do crime organizado na região de Atalaia do Norte, no Amazonas. Há indícios de ligação dos envolvidos na pesca e caça predatórias.

Conforme a PF, os criminosos ameaçaram servidores de proteção ambiental e populações indígenas, além de causar impactos socioambientais. Colômbia está preso desde dezembro de 2022.

O CRIME – Bruno Pereira e Dom Phillips desapareceram durante uma expedição na Amazônia, realizada para fins investigativos. Eles foram vistos pela última vez no dia 5 de junho de 2022, quando passaram, a bordo de um barco, pela comunidade de São Rafael.

Depois, eles seguiram para Atalaia do Norte. A viagem, de apenas 72 quilômetros, deveria durar duas horas, mas eles não chegaram ao destino. Os restos mortais de Bruno e Dom só foram encontrados no dia 15 de junho, após um homem identificado como Amarildo da Costa Oliveira confessar participação nos homicídios e indicar a localização dos corpos.

Segundo o inquérito, as vítimas foram mortas a tiros e tiveram seus corpos esquartejados, queimados e enterrados. Peritos da PF atestaram que Bruno foi atingido por três disparos, dois no tórax e um na cabeça. Dom foi morto com um tiro, no tórax.

Dom Phillips – Natural do condado de Merseyside, região onde fica a cidade de Liverpool, no Noroeste da Inglaterra, Dom Phillips era um correspondente internacional veterano. Foi colaborador dos jornais Washington Post, The New York Times e Financial Times. Ele vivia no Brasil há, aproximadamente, 15 anos.

O jornalista era conhecido por seu amor pela floresta amazônica. Viajou diversas vezes pela região, a fim de relatar a crise ambiental brasileira e os problemas enfrentados pelas comunidades indígenas.

Bruno Pereira – O indigenista Bruno Araújo Pereira era um dos maiores especialistas em indígenas em condições de isolamento no Brasil. Casado com a antropóloga Beatriz Matos, que conheceu durante uma viagem de trabalho ao Vale do Javari, ele deixou dois filhos.

Criado em Pernambuco, Bruno Pereira mudou-se, em meados dos anos 2000, para seguir o sonho de trabalhar na Amazônia. Ingressou na Funai em 2010, após aprovação em um dos últimos concursos públicos promovidos pelo órgão.

O indigenista foi coordenador regional do Vale do Javari, com sede na cidade de Atalaia do Norte (AM), mas deixou o cargo, em 2016, após um intenso conflito registrado entre os povos isolados da região.

 

 


 

*Com informações do portal de notícias g1 AM.



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