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Segurança

Delegado da Polícia Civil é acusado de assédio sexual, na Bahia

01 de Outubro de 2024 | 17h 02

Toques físicos e convites para passeios de lancha estão entre as importunações relatadas por investigadoras

Delegado da Polícia Civil é acusado de assédio sexual, na Bahia
Foto: Maiana Belo/g1BA

A Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA) determinou que a Polícia Civil (PC) investigue um delegado da corporação acusado, pelas próprias investigadoras subordinadas a ele, de assédio sexual. O órgão também solicitou que a Corregedoria-Geral da PCBA acompanhe o caso.

O nome do delegado não foi mencionado pela pasta, mas, de acordo com o portal de notícias g1 BA, apurações feitas pela produção da Rede Bahia apontaram que o alvo do inquérito foi identificado como Antônio Carlos Magalhães Santos. Também foi detalhado que as denunciantes são quatro investigadoras da Polícia Civil.

O delegado foi exonerado do cargo de titular da 28ª Delegacia Territorial (DT) do Nordeste de Amaralina, localizada em Salvador, no dia 24 de setembro. A medida foi publicada na edição do Diário Oficial do Estado (DOE) do último sábado (28). Não há detalhes se a exoneração foi motivada pelas denúncias.

Por meio de nota, a Polícia Civil confirmou que investiga o caso e que as servidoras estão recebendo acompanhamento psicológico por parte do Departamento Médico (Demep). Além disso, ressaltou que a instituição prima pela idoneidade da apuração e que se empenhará para esclarecer os fatos, a fim de que todas as ações cabíveis sejam executadas.

Toques e convites – Antônio Carlos Magalhães atuou nas unidades da Polícia Civil de Periperi, Boca do Rio e Itapuã, bairros também situados na capital baiana, antes de passar a comandar a Delegacia do Nordeste de Amaralina.

Segundo o g1, o Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindipoc) salientou que as denúncias foram feitas, inicialmente, por colegas de trabalho das quatro mulheres, que têm entre 30 e 40 anos. Depois, as próprias servidoras resolveram informar a situação de assédio às instâncias superiores da instituição.

De acordo com a secretária geral do Sindipoc, Luciene Rodrigues, "o assédio ocorria dentro da própria delegacia, com o gestor chamando para passear de lancha, dizendo que era muito rico, que tinha muito dinheiro, convidando para jantar, para casa de praia", contou.

A gestora da entidade informou, ainda, que, em seus relatos, as vítimas declaram que Antônio Carlos Magalhães Santos chegou a tocar nos cabelos, barrigas e pernas delas. Uma das investigadoras, inclusive, menciona que, além do assédio sexual, também sofreu assédio moral, por parte do superior hierárquico. "Ele gritava e chamava de burra na frente de todo mundo. Chamava de profissional burra e outras palavras de baixo calão", destacou Luciene Rodrigues.

A representante do Sindicato dos Policiais Civis salientou, também, que o então delegado se oferecia para acompanhar as investigadoras ao banheiro e que tentava intimidá-las, dizendo que não adiantava elas o denunciarem, porque ele não seria punido. "Ele falava que era muito influente e isso não ia dá em nada", frisou.

Segundo o Sindpoc, as servidoras estão afastadas por um período de dez dias e todas solicitaram transferências para outras unidades. Atualmente, elas seguem lotadas na Delegacia do Nordeste de Amaralina, onde começaram a trabalhar há apenas quatro meses.

O sindicato disse que, nesta quarta-feira (2), lançará uma ação, com objetivo de conversar com profissionais de delegacias da capital e do interior do estado. A intenção é dar às mulheres que integram a corporação a oportunidade de denunciar casos de assédio no ambiente de trabalho, caso sejam vítimas.



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