A
peleja dos dois zés – José Ronaldo (União) e Zé Neto (PT) – pela prefeitura da
Feira de Santana mostra que o debate concentra-se, essencialmente, em torno de
dois temas: saúde e transportes. Na saúde, a infraestrutura precária e as
carências no atendimento se sobressaem; no transporte, a artilharia
concentra-se no polêmico Bus Rapid
Transit, o BRT.
O
município defronta-se com inúmeras outras debilidades, – vá lá: oportunidades
de melhoria – mas a saúde o transporte público alcançam parcelas mais amplas do
eleitorado. É natural, portanto, que se sobreponham, captando o interesse de
quem vota. A segurança pública também é problema crônico, mas costuma ser
discutida em âmbito estadual.
Há,
porém, outras questões que merecem mais atenção. É o caso – por exemplo – do
controverso shopping popular erguido junto ao depauperado Centro de
Abastecimento. Nem o recente aquecimento da economia foi capaz de dinamizar
aquele espaço, que permanece vazio. O que pretendem os dois zés sobre a
questão?
O
tema entrelaça-se à questão maior da ocupação do centro comercial, mas,
sobretudo, à oferta de condições adequadas ao pulsante comércio informal do
município. Por aqui, há milhares de camelôs, ambulantes e trabalhadores
informais do comércio. Que políticas públicas os prefeitos planejam para o
segmento, que representa parcela expressiva dos trabalhadores feirenses?
Quem
cria o próprio posto de trabalho e peleja pelas ruas, praças e avenidas merece
maior atenção dos governantes. Isso não apenas na Feira de Santana, mas em todo
o Brasil. Aqui, porém, o segmento tem importância adicional, é um dos motores
da economia local, que projeta o município para o País inteiro. Quem nunca
ouviu falar do Feiraguay?
Sei
que o feirense – e o brasileiro – vai se deparar com a “boca da urna”
eletrônica já na próxima semana. Falta pouco tempo para debates profundos ou para
a discussão de propostas complexas, mas quaisquer sinalizações são bem vindas.
Afinal, o tema afeta a vida de boa parte da população local, seja na
perspectiva de quem vende, seja na de quem compra.
Permanece
no ar, portanto, a indagação: que destino se pretende dar ao controverso
shopping popular? Estendendo a pergunta, o que se pretende fazer com o
abandonado Centro de Abastecimento?