A Secretaria de Saúde do Estado da
Bahia (Sesab) confirmou que foram registrados cinco casos de botulismo na
Bahia, em 2024. Há indícios de que quatro pacientes diagnosticados com a doença
ingeriram mortadela de frango um dia antes do início dos sintomas.
Por meio de nota enviada, nesta
terça-feira (24), ao Bahia Notícias, o órgão informou que dois pacientes
morreram por botulismo, um em Campo Formoso e outro em Salvador.
Além disso, a Sesab também confirmou
a existência de um caso na cidade de Senhor do Bonfim. Um sexto paciente, natural
de Cícero Dantas, também estaria contaminado. Este caso ainda está em
investigação.
Do total de notificações, três são
referentes a pacientes que ainda encontram-se internados. “Das seis
notificações deste ano, cinco foram confirmadas e uma segue em investigação.
Entre as confirmações, quatro ocorreram de forma clínico-epidemiológica e uma
laboratorial. Dos cinco casos confirmados, quatro são de pacientes oriundos de
Campo Formoso e um de Senhor do Bonfim. O caso em investigação é de paciente
residente em Cícero Dantas. Entre as seis notificações, três são relativas a
pacientes que seguem internados no Instituto Couto Maia, em Salvador”. Um
paciente já recebeu alta médica e dois foram a óbito, sendo um em Campo Formoso
e um na capital baiana”, afirma o documento emitido pela pasta.
De 2014 a 2023, reportou a Sesab, foram
registrados 16 casos suspeitos de botulismo, três deles confirmados por
critérios clínico-epidemiológicos. Um caso foi confirmado em 2019 e dois em
2023, nas Macrorregiões de Saúde Sudoeste e Centro-Leste.
A doença se caracteriza pela
presença de paralisia flácida aguda, simétrica, descendente, com preservação do
nível de consciência. Os pacientes podem apresentar, ainda, visão turva;
diplopia (distúrbio em que a pessoa enxerga duas imagens de um único objeto); e
ptose palpebral (quando a pálpebra superior está mais baixa que o normal, podendo
afetar um ou os dois os olhos, causar dificuldade para enxergar e sensação
de peso no olho afetado)
Também são sinais da doença: boca
seca; disartria (alteração da fala); disfagia (dificuldade para engolir
alimentos líquidos ou sólidos); dispnéia (sensação de falta de ar) após
exposição a alimentos. A orientação das autoridades, em caso de suspeita da
doença, é procurar, imediatamente, uma unidade de saúde.
É possível prevenir o botulismo lavando e desinfetando superfícies, utensílios e
equipamentos usados na preparação de alimentos; utilizando água tratada para
consumo (filtrar, ferver ou colocar duas gotas de solução de hipoclorito de
sódio a 2,5% para cada litro de água e aguardar por 30 minutos antes de usar).
Evitar a ingesta de alimentos em
conserva se os recipientes estiverem estufados ou amassados é outra medida
importante. Não consumir conservas oriundas de potes de vidro embaçados ou de embalagens
danificadas, com alterações no cheiro e na aparência também. Além disso, é
crucial não comer produtos de origem desconhecida ou clandestinos.
Medidas como lavar sempre as mãos;
conservar os alimentos em geladeira, evitando deixá-los expostos à temperatura
ambiente; sempre reaquecer as sobras alimentares; e orientar a fervura dos
alimentos por, pelo menos, dez minutos, para inativação da toxina, também são
imprescindíveis.
*Com informações do Bahia Notícias.