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  • Feira de Santana, sbado, 05 de outubro de 2024

Economia

Copom decide se eleva juros básicos da economia, nesta quarta-feira (18)

18 de Setembro de 2024 | 10h 47
Copom decide se eleva juros básicos da economia, nesta quarta-feira (18)
Foto: José Cruz/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decide, nesta quarta-feira (18), se mantém ou eleva a taxa básica de juros, a Selic.

Há possibilidade de divisão entre os membros, de acordo com a Agência Brasil. A recente alta do dólar e o impacto da seca sobre o preço da energia e dos alimentos trouxeram a indefinição. Caso opte pelo aumento, esta será a primeira vez, em mais de dois anos, que o colegiado subirá os juros básicos.

Em reunião realizada no final de julho, o Copom informou que o cenário econômico, dentro e fora do Brasil, exige cautela. Conforme a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, na reunião de hoje, a taxa básica deve subir 0,25 ponto percentual  e encerrar 2024 em 11,25% ao ano.

Ao fim do dia, o Copom anunciará a decisão. De acordo com a Ag~encia Brasil, a última alta dos juros ocorreu em agosto de 2022, quando a taxa subiu de 13,25% para 13,75% ao ano. Após passar um ano nesse nível, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto, entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões, de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano, no menor nível desde fevereiro de 2022.

InflaçãoNa ata da reunião anterior, o Copom informou que avaliava uma elevação nos juros por causa da valorização do dólar e do aumento dos gastos públicos. Os membros do colegiado declararam que o momento é, ainda, “de maior cautela e de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação”.

De acordo com o último boletim Focus, a estimativa de inflação para 2024 subiu de 4,22%, há quatro semanas, para 4,35%. Isso representa inflação cada vez mais próxima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3% para este ano, podendo chegar a 4,5% por causa do intervalo de tolerância de 1,5 ponto.

No último mês de agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial, ficou negativo em 0,02%, a primeira deflação desde junho de 2023. O alívio, entretanto, é temporário.

A inflação ficou negativa em agosto em função da queda dos preços de energia, que voltarão a subir a partir de setembro, por causa da bandeira tarifária vermelha. Além disso, diz a Agência Brasil, na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que a seca prolongada afetará o preço dos alimentos. Na ocasião, o gestor defendeu que o choque de oferta de alimentos não seja resolvido por meio de juros.

Na avaliação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos meses, os alimentos e os serviços têm puxado a inflação. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,24% em 12 meses, dentro da meta para 2024, mas próximo do teto.

Taxa SelicA taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua, diariamente, por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais –, a fim de manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião.

Ao aumentar a taxa básica de juros, o Copom visa conter a demanda aquecida. Isto causa reflexos nos preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

MetaPara este ano, segundo a Agência Brasil, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%. Para 2025 e 2026, as metas também são de 3% para os dois anos, com o mesmo intervalo de tolerância.

No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de junho pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a previsão de que o IPCA termine 2024 em 4%, mas a estimativa foi divulgada antes da alta do dólar e do impacto da seca prolongada. O próximo relatório será divulgado no fim de setembro.



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