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Política

Ex-diretor ligado ao MDH relata choro e problemas de saúde, após assédio de Silvio Almeida

12 de Setembro de 2024 | 11h 36
Ex-diretor ligado ao MDH relata choro e problemas de saúde, após assédio de Silvio Almeida
O ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania foi demitido, pelo presidente Lula, após uma série de acusações de assédio sexual e moral (Foto: Divulgação/Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania)

O ex-diretor de Promoção dos Direitos da População em Situação de Rua, setor ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDH), relatou ter sofrido assédio moral e ameaça por parte do ex-ministro de Estado Silvio Almeida. Leonardo Pinho revelou ao colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, que chorou e teve problemas de saúde. A entrevista foi publicada nesta quinta-feira (12).

Na entrevista, Pinho disse que o caso ocorreu em outubro de 2023, após ele ter negado o pedido de Almeida para gravar reuniões com sua equipe e com integrantes do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua (Ciamp).

De acordo com o ex-diretor, a reação do ex-ministro, que foi destituído do cargo após uma avalanche de denúncias de assedio sexual e moral, inclusive por parte da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, foi se levantar, xingar, dar soco na mesa e fazer ameaças ao então subordinado.

Leonardo Pinho destacou que, na ocasião, também sugeriu que Silvio Almeida melhorasse a relação de sua pasta com o ministério comandado por Anielle. E que a menção à ministra enfureceu seu superior hierárquico. “Transtornado”, Almeida teria chamado Pinho de “merda”.

Assustado, o ex-diretor disse ter ficado com medo de ser agredido e afirmou ter chorado depois da reunião, vindo, também, a desenvolver problemas de saúde. “Por volta de outubro, ele me chamou ao gabinete dele e me pediu para gravar reuniões com a minha equipe, que tinha se recusado a assinar documentos fora do fluxo do ministério. Também pediu para eu gravar integrantes do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua (Ciamp), que haviam criticado o plano do ministério, por falta de transparência. Eu falei ‘não’. Foi a mesma cena: ele se levantou da mesa, xingou e deu socos na mesa. Me disse que os meus dias estavam contados”, revelou Pinho, durante a entrevista a Guilherme Amado.

Leonardo Pinho contou, ainda, que foi informado da má relação de Almeida com Anielle e que, por isso, observou ao ex-ministro a necessidade de um melhor trato com os ministérios, em especial com o da Igualdade Racial. “Eu havia recebido relatos de dificuldade na relação do Silvio com a Anielle. Imaginei que era assédio moral, por causa da subordinação orçamentária da Igualdade Racial aos Direitos Humanos. A Anielle dependia do Silvio, em termos de orçamento, para tudo, até para passagens aéreas”, destacou.

Em seguida, o ex-diretor disse que viu o então ministro dos Direitos Humanos perder o controle. “Ficou descontrolado, transtornado, quando mencionei a Anielle. Me falou: ‘Você está insinuando o quê? Sou ministro de Estado, você é um merda’. Fiquei sem entender e tive medo de ele me agredir. Ele também disse, em relação ao meu trabalho no ministério: ‘Eu vou acabar com a sua vida, você não vai mais existir’. Saí da reunião, liguei para minha esposa e chorei. Tive problemas de saúde por causa dessa situação, pressão alta, diabetes, ganhei peso. Eu já estava decepcionado com ele, mas, ali, fiquei com medo. Era uma pessoa de envergadura, que foi sócio de escritórios importantes de advocacia”, frisou Leonardo Pinho.



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