A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema
Único de Saúde (Conitec) recomendou, nesta quinta-feira (5), a incorporação do
medicamento betadinutuximabe ao tratamento do neuroblastoma de alto risco. Com
isso, o fármaco passará a ser custeado e distribuído pelo Sistema Único de
Saúde (SUS).
A condição para o tratamento é a de que o paciente tenha sido previamente tratado com quimioterapia e alcançado, pelo menos, uma resposta parcial, seguida de terapêutica mieloablativa e transplante de células-tronco.
O pedido de incorporação do medicamento foi submetido à apreciação
da Conitec no último mês de janeiro, pelo laboratório farmacêutico Recordati,
que comercializa o remédio com o nome Qarziba.
Tipo de câncer que se desenvolve, principalmente, em crianças
menores de cinco anos de idade, o neuroblastoma é o terceiro mais recorrente,
depois da leucemia e dos tumores cerebrais.
A doença nasce a partir das células nervosas, em várias
partes do corpo, como pescoço, tórax, abdômen ou pélvis, mas é mais comum nos
tecidos da glândula suprarrenal.
Os sintomas variam de acordo com a parte do corpo afetada. No
abdômen, provoca dor abdominal, aparecimento de massa endurecida sob a pele; alterações
nos hábitos intestinais, como diarreia frequente; e inchaço nas pernas. No
tórax, desencadeia chiado no peito; dores locais; mudanças nos olhos, inclusive
pálpebras caídas e pupilas de tamanhos desiguais.
Além destes, para ambos os tipos, podem apresentar os
seguintes sintomas: pedaços de tecido sob a pele; globos oculares que parecem
estar deslocados para frente (proptose); olheiras escuras; dores nas costas;
febre; perda inesperada de peso; dor nos ossos.
O tratamento é de alto custo. Indicado para casos de alto
risco ou recidiva, o remédio chega a custar cerca R$ 2 milhões. Ele já foi
utilizado em mais de mil pacientes oriundos de 18 países. Conforme o fabricante,
o fármaco melhora a sobrevida, aumenta a probabilidade de cura e reduz o risco
de a doença voltar.
CAMPANHA – Em janeiro de 2024, uma campanha de arrecadação de
recursos para o tratamento de Pedro, filho do indigenista Bruno Pereira (assassinado,
junto com o jornalista britânico Dom Phillips, no Vale do Javari, no Extremo Oeste
do Amazonas, em junho de 2022), chamou a atenção para a urgência da incorporação
do betadinutuximabe ao SUS.
Em apenas três dias, a campanha alcançou a meta, mas a
família do garoto se uniu a outras que também
vivenciam a dificuldade de acesso aos remédios para o
tratamento do neuroblastoma.
Na reunião da Conitec desta quinta-feira, também foi aprovada
a incorporação ao SUS de novos remédios para doença pulmonar obstrutiva
crônica. Confira outras deliberações da
comissão clicanco aqui!
*Com informações da Agência
Brasil.