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Mundo

Itamaraty emite alerta de segurança para brasileiros na Venezuela

30 de Julho de 2024 | 10h 49
Itamaraty emite alerta de segurança para brasileiros na Venezuela
Foto: Pedro Rances Mattey/Anadolu via Getty Images

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil emitiu um alerta consular para cidadãos brasileiros que estão na Venezuela. Após a proclamação de Nicolás Maduro como presidente reeleito, as ruas centrais e bairros da capital, Caracas, foram tomadas.

Manifestantes de oposição e da comunidade internacional exigem que a contagem completa dos votos seja divulgada. O pleito foi realizado no último domingo (28) e gerou uma onda de protestos inédita no país desde a ascensão do chavismo ao poder.

MORTES – Confrontos violentos, entre manifestantes e forças de segurança, estão sendo registrados em todo o país. Agentes do Estado venezuelano estariam usando gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar os manifestantes. Em algumas localidades de Caracas e da cidade de Carabobo, teriam ocorrido disparos de arma de fogo. Não há detalhes sobre a origem dos tiros.

Novos protestos foram convocados, pela oposição, para esta terça-feira (30). E já há relatos de mortes, em todo o país. Meios de comunicação internacionais, citando fontes locais, reportam dois mortos e mencionam diversos casos em investigação.

A ONG Foro Penal relatou uma morte no estado de Yaracuy. O jornal espanhol El País citou um morto em Zulia. O periódico argentino La Nación mencionou um óbito em Maracay, no estado de Aragua. Já o jornal El Mundo, também espanhol, fala em sete óbitos decorrentes do enfrentamento entre manifestantes e forças de segurança, nas cidades de Yaracuy, Zulia, Maracay e Caracas. Múltiplas fontes afirmam haver dezenas de detidos.

VOTAÇÃO CONTESTADA – A oposição contesta o resultado das eleições, argumentando que uma suposta contagem, realizada a partir de atas de votação disponibilizadas aos fiscais de seu grupo político (cerca de 40% do total), sinalizaram que o candidato Edmundo González Urrutia, opositor de Maduro, caminhava para 70% dos votos.

Com isso, a líder oposicionista María Corina Machado pediu uma medida das Forças Armadas. A desconfiança em relação ao resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) se avolumou, sobretudo, em função da ausência de divulgação de todas as atas referentes ao pleito.

Estados Unidos, Brasil e Colômbia, países que mais receberam imigrantes venezuelanos, questionaram a apuração que concede a Maduro um terceiro mandato de seis anos, com 51% dos votos. O presidente considerado eleito obteve 5.150.092 votos. Seu oponente, Edmundo González, contabilizou 44,2% dos votos, o que equivale a 4.445.978 votos.

Além disso, a Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou uma reunião extraordinária, a pedido dos governos da Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai. Estes teriam solicitado uma “revisão completa dos resultados”. Em função disso, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela expulsou os corpos diplomáticos dos sete países, alegando que os mesmos tentaram “ações intervencionistas”.

ORIENTAÇÕES DO ITAMARATY – Em seu comunicado de alerta, o Itamaraty pede que brasileiros residentes, em trânsito ou com viagem marcada para a Venezuela mantenham-se informados sobre a situação de segurança nas áreas onde se encontram e que evitem aglomerações. “A Embaixada do Brasil, em Caracas, permanece atenta à situação das cidadãs e dos cidadãos brasileiros no país e disponibiliza, em caso de emergência envolvendo seus nacionais, o seu plantão consular, +58 414-3723337 (com WhatsApp)”, informou o órgão.

Conforme o documento, o plantão consular geral do Ministério das Relações Exteriores também pode ser contatado pelo telefone +55 (61) 98260-0610.

Nicolás Maduro governará a Venezuela de 2025 a 2030. Esta é a terceira vez que o político é eleito. Ao receber o resultado deste último pleito, ele apontou um suposto golpe de Estado. Segundo o presidente, uma tentativa de tomada de poder está em curso no país.

Há a expectativa de que o CNE publique todas as atas com os resultados eleitorais por urna. Com isso, seria possível verificar se as que estão em poder do conselho são as mesmas impressas na hora da votação e que foram distribuídas aos fiscais da oposição ou aos observadores nacionais e internacionais.

 

 

*Com informações da Agência Brasil e do Metrópoles.



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