A Praça Doutor Remédios Monteiro, mais conhecida como Praça
dos Remédios, na região central de Feira de Santana, transforma-se, todos os
anos, no período junino, em um verdadeiro palco de cultura e tradição. É que o
espaço abriga a já tradicional Feira do Chapéu, que, este ano, foi aberta no
dia 5 e vai até o dia 23 de junho.
Mais do que um simples evento comercial, a Feira do Chapéu abre
espaço para um encontro com a alma nordestina. Nela, a economia solidária se
entrelaça à história, dando vez ao artesanato local.
Durante o evento, que conta com o apoio do Governo Municipal,
os visitantes podem encontrar muito mais do que os tradicionais chapéus de
palha, que dão nome à feira. No espaço, há uma rica diversidade de produtos,
desde decoração e alimentos até bonecas e ursinhos feitos à mão.
Cada barraca convida os transeuntes a conhecer a criatividade
e a dedicação dos artesãos locais, que transformam matérias-primas simples em
obras de arte.
Maria Nilza Pereira da Silva, que trabalha comercializando
seus produtos na feira, diz o trabalho artesanal é uma verdadeira paixão. Ela vende
quitutes, como beiju e outros produtos da roça, todos feitos, segundo ela, com
muito carinho e cuidado. "Arranco mandioca para fazer o beiju e trabalho,
também, com todos os produtos da roça. Está sendo uma boa feira. Eu já vim no
ano passado e estou vindo esse ano. Pretendo vir todas as próximas", afirma.
Marizette Galvão Soares, que trabalha confeccionando bonecas,
traz produtos que demonstram a habilidade e a delicadeza características do
artesanato nordestino. Ela salienta que faz tudo com muito cuidado e atenção
aos detalhes. "As vendas estão meio fracas, mas ainda dá pra levar. As
bonecas são um pouco mais complicadas de fazer do que um urso, por exemplo. Por
isso, consigo fazer um pouco mais de dez ursos por dia", explica.
Raízes nordestinas – A Feira do Chapéu não é apenas um
espaço de venda de iguarias e itens decorativos. É um local de celebração da
cultura nordestina, com suas músicas, comidas e costumes.
A iniciativa, conforme a Prefeitura, surgiu há cerca de 30
anos, como uma ação solidária. Na ocasião, o evento acontecia no Centro de
Abastecimento. Hoje, reúne cerca de 40 barracas, todas com produtos que
representam a identidade do povo nordestino, bem no coração comercial da cidade.
Lícia Maria Jorge, coordenadora da Feira do Chapéu e presidente da associação de artesãos, destaca a importância do evento. "Aqui, fabricamos o bolo de puba, o licor, o beiju e o chapéu, que é o acessório do São João. Também enfeitamos a feira e trazemos a cultura nordestina para a cidade. Convidamos a todos para vir a esta feira e conhecer a nossa cultura de perto", conclama.