Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), lesões
tumorais malignas de pele são os mais comuns, no Brasil, com incidência de mais
de 175 mil novos casos por ano. Para prevenir a doença, um item é essencial: o
protetor solar. E alunos do Centro Territorial de Educação Profissional da
Bacia do Jacuípe III conseguiram a proeza de desenvolver um produto deste tipo
a partir das folhas de uma planta muito comum no país: a goiabeira.
De acordo com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação
do Estado da Bahia (Secti), ao observarem as propriedades fotoprotetoras das
folhas da goiabeira, Edna Daltro, Geovana Thaís, Ana Carolina, Ana Cecília e
Hadrian Raphael, sob orientação de Marília Sousa, desenvolveram um protótipo de
protetor solar com a planta, para oferecer uma solução de baixo custo à
população.
A estudante Geovana Thaís revelou como surgiu a ideia de
desenvolver o produto usando o Psidium guajava, nome científico da folha da goiaba.
“A partir do estudo que tivemos sobre as propriedades da folha, vimos que, além
de seus múltiplos benefícios, ela tinha uma ótima capacidade fotoprotetora, que
nada mais é do que a capacidade de um produto ou substância de proteger a pele
contra danos causados pela exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol”,
detalhou.
A pesquisa mostrou que a folha da goiabeira tem diversos
compostos capazes de combater a radiação Ultravioleta (UV). “O ácido ascórbico,
conhecido como vitamina C, é um antioxidante que ajuda a neutralizar os radicais
livres gerados pela exposição ao sol, reduzindo o dano oxidativo na pele. O
licopeno, que é um pigmento antioxidante responsável pela cor vermelha da
goiaba, também pode ajudar a proteger a pele contra os danos causados pela
radiação UV. Além disso, temos os flavonoides, que são compostos vegetais com
propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, capazes de proteger a pele
contra os danos solares”, explicou a estudante.
Segundo ela, o produto é sustentável, natural e não contém
conservante ou outro tipo de matéria-prima que possa agredir a pele. “Usamos
como base principal o extrato da Psidium guajava. Fizemos um teste em luz
natural, porém, para maior segurança e comprometimento, é necessário um teste
laboratorial, onde realmente iremos ver o seu nível de capacidade
fotoprotetora. Em relação a outros produtos, o nosso fotoprotetor pode ser mais
acessível pelo fácil acesso da sua composição", disse, enfatizando que o
projeto vem sendo desenvolvido no âmbito do Programa Ciência na Escola, da
Secretaria de Educação (SEC).
BAHIA FAZ CIÊNCIA – Ainda conforme a Secti, estreou no Dia Nacional da
Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de
reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos
em ciência, tecnologia e inovação, de modo a contribuir com a melhoria de vida
da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre
outros.
As matérias são divulgadas, semanalmente, sempre às
segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes
sociais da Secretaria. O órgão destaca, ainda, que se alguém conhecer algum
assunto que poderia virar pauta desse projeto, pode enviar as recomendações através
do e-mail ascom@secti.ba.gov.br.