Cinco ocorrências de infecção por uma bactéria associada a um surto de pneumonia na China foram identificadas no estado de São Paulo. Os diagnósticos foram comunicados através de um boletim emitido pelo Cievs (Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde) na última semana.
Conforme relatado, cinco crianças que frequentam a mesma escola em Santo André, na região metropolitana de São Paulo, apresentaram resultados positivos para a infecção pela bactéria Mycoplasma pneumoniae, sendo o surto notificado pelo pai de uma delas. Estas crianças, com idades entre 3 e 4 anos, foram hospitalizadas e, felizmente, se recuperaram. Adicionalmente, quatro outros alunos da mesma escola manifestaram sintomas gripais, mas os exames não confirmaram a presença da doença.
O primeiro caso foi registrado em 18 de novembro em um hospital na capital paulista, enquanto o mais recente ocorreu em 15 de dezembro. O perÃodo de internação variou de quatro a 20 dias, sendo que em pelo menos dois casos foi identificada também a presença do rinovÃrus, responsável pelo resfriado comum.
Embora a circulação da bactéria Mycoplasma pneumoniae não seja algo recente, o aumento de casos levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a emitir um alerta em 22 de novembro sobre a disseminação da bactéria entre crianças no norte da China. A OMS destacou que esse patógeno é conhecido por desencadear surtos, especialmente em ambientes escolares, com maior incidência no final do verão e outono, apesar de não seguir um padrão sazonal. Casos também foram registrados em paÃses como Estados Unidos, Coreia do Sul, Holanda, Dinamarca e Irlanda.
As crianças que apresentam sintomas são submetidas a exames de raio-x, embora testes sorológicos especÃficos para detectar a Mycoplasma pneumoniae não tenham sido realizados. Dado que a infecção é tratável com antibióticos, os especialistas não consideram necessário alarme no momento.
O aumento de casos de pneumonia pediátrica é atribuÃdo a dois fatores: o inverno no Hemisfério Norte, que favorece as infecções respiratórias, e o isolamento decorrente da pandemia de Covid-19. A falta de exposição a vÃrus e bactérias resultou na ausência de imunidade nas crianças.
Os sintomas provocados pela Mycoplasma pneumoniae assemelham-se aos da gripe, incluindo coriza, febre, dor de garganta e tosse seca. A transmissão ocorre pelas vias aéreas, através de gotÃculas no ar ao falar, espirrar ou tossir, requerendo um contato próximo e prolongado em ambientes fechados. Casos graves são considerados raros, e o perÃodo de incubação é de uma a três semanas, com inÃcio gradual de sintomas como mal-estar, dor de garganta e cefaleia, seguido por tosse seca que pode evoluir para a formação de catarro após três a quatro dias.