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Morre Rita Lee, a rainha do rock brasileiro, aos 75 anos

09 de Maio de 2023 | 12h 43
Morre Rita Lee, a rainha do rock brasileiro, aos 75 anos
Foto: Guilherme Samora / Divulgação

A cantora Rita Lee Jones de Carvalho, considerada a rainha do rock brasileiro, morreu, nesta terça-feira (9), em São Paulo, aos 75 anos. A artista tratava um câncer de pulmão desde 2021. Ela foi internada, em um hospital da capital paulista, no mês passado, com um quadro considerado “extremamente delicado”.

O anúncio foi feito, através das redes sociais, pela família da cantora. "Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou”, diz o texto, enfatizando, ainda, que o velório será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, na quarta-feira (10), das 10h às 17h, e que o corpo da artista será cremado, de acordo com sua vontade, em cerimônia particular.

Rita Lee foi diagnosticada, em 2021, com um câncer no pulmão esquerdo. Após passar por longo tratamento, em abril de 2022, exames indicaram o desaparecimento do tumor. Mas Rita Lee continuou realizando controle, para que evitar uma recidiva.

Na ocasião, diz o jornal Estado de Minas, a equipe médica da cantora havia informado que ela estava "bem assistida” e que seria submetida a tratamentos de imunoterapia e radioterapia combinados. Em resposta aos fãs, Rita declarou: "a parada é dura, tem que ter coragem".

Nos meses seguintes, o quadro clínico da artista foi piorando. Em fevereiro deste ano, a cantora passou por complicações. Contudo, em abril, a família divulgou que ela estava curada e que o câncer apresentava remissão.

O marido de Rita Lee, o também músico Roberto de Carvalho, chegou a postar uma foto da cantora nas redes sociais, na qual ela aparece com cabelos bem curtos, comemorando a notícia. Mas Rita preferiu ser cautelosa e não festejar a recuperação. Ela preferiu manter a rotina junto à natureza, no sítio onde vivia com o marido, no interior de São Paulo. E se dedicar à pintura e, esporadicamente, interagir com os fãs, por meio das redes sociais, além de conceder entrevistas via e-mail.

Rita Lee, que completou 75 anos em dezembro de 2022, deixa três filhos, dentre eles, o DJ e produtor musical João Lee, que homenageou a mãe, via redes sociais, na manhã de hoje. “O mundo perdeu uma das pessoas mais únicas e incríveis que já existiu. Eu perdi a minha mãe. Mas você é eterna. Seu legado, sua história e sua arte viverão para sempre. Essa é a minha missão para a vida toda. Enquanto eu estiver vivo e cheio de graça você vai continuar fazendo um monte de gente feliz”, escreveu.

Trajetória – Descendente de norte-americanos que migraram, do Sul dos Estados Unidos para o interior paulista, no século XIX, após a Guerra de Secessão, Rita Lee, que também tinha ascendência italiana, nasceu em São Paulo, em 31 de dezembro de 1947.

Começou a fazer sucesso na carreira musical em 1966, quando convidada a integrar a banda de rock psicodélico Os Mutantes. Além de cantar, ela também tocava flauta, percussão e banjo, no grupo. Não demorou até começarem a aparecer na televisão, em participações no programa Jovem Guarda, comandado por Roberto Carlos.

De acordo com o jornalista Lula Bonfim, do Bahia Notícias, em 1967, o vigor musical da banda chamou a atenção da Tropicália, movimento cultural recém-surgido no cenário nacional. “Pensando em chamar jovens rockeiros para acompanhá-lo na aventura de chocar o público no III Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, Gilberto Gil viu nos paulistanos o grupo perfeito para sacudir o marasmo do cancioneiro popular”, lembra a publicação.

A primeira apresentação de “Domingo no Parque”, feita por Gil durante o Festival, junto com Os Mutantes, causou uma má reação do público, composto, em sua maioria, por uma esquerda nacionalista que via as guitarras elétricas como instrumentos de uma invasão cultural norte-americana no Brasil.

A segunda apresentação, com uma canção baseada no som de um berimbau, foi melhor aceita e empolgou o público. A vitalidade dos jovens roqueiros já havia conquistado a massa. Na oportunidade, lembra Lula Bonfim, Os Mutantes, Gil e Domingo no Parque ficaram com o segundo lugar no festival.

Em 1968, Rita Lee e Os Mutantes gravaram, com Gil, Caetano Veloso, Tom Zé, Nara Leão e Gal Costa, o histórico álbum “Tropicália ou Panis et Circencis”, do qual a banda paulistana participou de faixas marcantes, a exemplo da própria canção “Panis et Circencis” e do “Hino ao Senhor do Bonfim”.

Após romper seu relacionamento com Arnaldo Baptista, Rita Lee deixou Os Mutantes, em 1972, criando, a banda Tutti-Frutti, junto com a amiga Lúcia Turnbull. O êxito foi imediato. São dessa época as imortais canções “Agora só Falta Você”, “Esse tal de Roque Enrow”, “Ovelha Negra” e “Jardins da Babilônia”.

Com o fim da Tutti-Frutti, em 1978, Rita começou uma nova trajetória ao lado do multi-instrumentista Roberto de Carvalho. Com ele, lançou, dentre outros grandes sucessos, “Mania de Você”, “Lança Perfume”, “Saúde”, “Desculpa o Auê”, “Erva Venenosa” e “Amor e Sexo”.

Rita Lee decidiu encerrar sua carreira musical em janeiro de 2012, após um incidente com a polícia, durante um show em Aracaju, Segipe. Ela teria reclamado da atuação dos agentes de segurança e acabou parando na delegacia, por desacato à autoridade.

A cantora chegou a fazer shows isolados, após anunciar o término da carreira. Em 2016, publicou sua autobiografia, tendo recebido alguns prêmios literários pela obra. Nos seus últimos anos de vida, lançou diversas canções de sucesso, como “Reza” (2012), uma das mais ouvida do país, e “Change” (2021).



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