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Cofen vai investigar enfermeira que vazou informações sigilosas sobre gravidez de Klara Castanho

27 de Junho de 2022 | 11h 50
Cofen vai investigar enfermeira que vazou informações sigilosas sobre gravidez de Klara Castanho
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) vai apurar o vazamento de informações sigilosas que envolvem gestação de Klara Castanho, supostamente cometido por membro da equipe médica que realizou o parto. A atriz, que disse ter sido vítima de estupro, tendo entregado, legalmente, o bebê para adoção, denunciou ação de uma enfermeira, que, segundo ela, logo após o nascimento da criança, ameaçou vazar a informação para a imprensa.

Por meio de uma nota oficial, a entidade disse que “manifesta profunda solidariedade à atriz Klara Castanho, que, após ser vítima de violência sexual, teve o seu direito à privacidade violado, durante processo de entrega voluntária para adoção, conforme assegura o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”.

Além disso, o Cofen assegurou que “tomará todas as providências que lhe couber para a identificação dos responsáveis pelo vazamento de informações sigilosas pertinentes ao caso”. E prometeu punir os envolvidos com rigor. “Casos assim devem ser rigorosamente punidos, para que não mais se repitam. Da mesma forma, devem ser execrados comunicadores que deturpam a função social do jornalismo para destruir a vida das pessoas. Vida privada não é assunto público”, advertiu.

O CASO – De acordo com o portal de notícias bahia.ba, foi o colunista Leo Dias do Metrópoles que, no dia 16 de junho, em entrevista ao apresentador Danilo Gentili, do programa The Noite, quem primeiro citou o caso. Na ocasião, questionado se tinha alguma “fofoca pesada” não publicada, o jornalista, que não deu nomes, afirmou que sim e classificou o suposto fato como “história de trama inacreditável.

Além disso, Leo Dias enfatizou que o caso em questão era relacionado a “uma pessoa que está enganando todo mundo” e que envolvia vida. Também afirmou ter sido um ato de “maldade” e que “a conta” ainda iria chegar.

Após as insinuações de Dias, a apresentadora e atriz Antonia Fontenelle fez uma live, na última sexta-feira (24), dando maior amplitude à fake news sobre o suposto abandono de um bebê por uma ex-atriz mirim da TV Globo. Durante o programa, Fontenelle fez graves acusações, também sem citar nomes. No entanto, disse se tratar “de uma atriz global de 21 anos, que teria engravidado e doado a criança”, dando várias outras pistas que apontavam a identidade de Klara Castanho. Na ocasião, a apresentadora acusou a atriz de cometer “abandono de incapaz”.

Com a ampla repercussão do caso, a artista resolveu se pronunciar, revelando, por meio de uma carta aberta, publicada em suas redes sociais, ter sido vítima de um estupro. No documento, Klara Castanho também afirmou ter dado entrada em um processo judicial de entrega voluntária da criança para adoção, ato que é permitido pela Legislação brasileira.

O texto é doloroso e chocante. Além do estupro, a atriz disse ter sofrido violência em diversos outros ambientes aos quais recorreu para preservar, minimamente, a sua integridade, como é o caso do consultório médico que procurou e do hospital onde, pouco depois, deu à luz ao bebê.

Classificando o relato como o mais difícil de sua vida, ela afirmou não mais poder silenciar perante conspirações e versões falsas sobre o traumático e repulsivo episódio de violência que sofreu. “Fui estuprada. Relembrar esse episódio traz uma sensação de morte, porque algo morreu em mim. Não estava na minha cidade, não estava perto da minha família nem dos meus amigos”, contou.

Klara Castanho também revelou não ter tido forças para denunciar o agressor, por ter se sentido envergonhada e culpada, daí não ter registrado Boletim de Ocorrência (BO), fato muito comum no Brasil, onde os casos de estupro são amplamente subnotificados, seja por medo, vergonha ou mesmo desamparo emocional.

Após o abuso sexual, a atriz disse ter tomado a pílula do dia seguinte e que preferiu manter a história em sigilo. Apenas seus familiares tinham conhecimento do fato, até ela ter sido informada que estava gerando um bebê fruto da violência, já no final da gravidez. “Foi um choque, meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Eu não tinha ganhado peso nem barriga”, contou.

Klara Castanho relembrou o momento em que o médico a obrigou a escutar o coração da criança, mesmo ciente de que a gestação se deu em decorrência de um estupro. “Naquele momento do exame, me senti novamente violada, novamente culpada. Em uma consulta médica, contei ter sido estuprada, expliquei tudo o que aconteceu”, disse, salientando que o profissional ainda afirmou que ela era obrigada a amar o bebê.

“O médico não teve nenhuma empatia por mim. Eu não era uma mulher que estava grávida por vontade e desejo, eu tinha sofrido uma violência. E, mesmo assim, o profissional me obrigou a ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo”, lembrou.

A atriz também relatou a violência sofrida no ambiente hospitalar. Pouco depois do parto, ainda sob o efeito do anestésico, ela disse ter sido ameaçada por uma enfermeira, que teria insinuado que levaria o caso à imprensa. “Quando cheguei no quarto, já havia mensagens do colunista, com todas as informações. Ele só não sabia do estupro. Eu conversei com ele, expliquei tudo o que tinha me acontecido”, contou, sem citar a identidade do jornalista.

Penalizada com a falta de ética e de humanidade dos profissionais de imprensa envolvidos no caso, ela ressaltou, ainda, que, pouco depois, foi procurada por outro colunista e que o mesmo também tinha informações sobre o parto. “Não foram éticos, nem tiveram respeito por mim nem pela criança”, criticou, afirmando que os mesmos desrespeitaram a obrigação legal do sigilo sobre a adoção.



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