A morte do indigenista Bruno e do jornalista Dom, na Amazônia, está cobrando um preço caro para o presidente Bolsonaro e para a imagem do Brasil no exterior. As mortes de agora não diferem das mortes de outros ambientalistas como Chico Mendes, em 1988, ou a freira Dorothy Stang, em 2005, durante o governo Lula, em uma selvagem rotina de impunidade e medo. É claro que Bruno sabia dos riscos e tinha dispensado a escolta nessa viagem, mas é evidente, também, que os governos vêm tolerando a ocupação da Amazônia por garimpeiros ilegais, traficantes, grileiros, pescadores, e outros aventureiros, sem resposta à altura.
Durante o governo Bolsonaro a
situação tornou-se pior porque há um discurso presidencial de tolerância, de
cumplicidade, com a ocupação desordenada, o que incentiva os predadores a invadirem aquelas terras, e eliminarem os que tentam preservar a floresta. Além disso,
temos a rasura cognitiva de Bolsonaro que o impede de ter empatia com as
vítimas que não lhe interessa- e pouco importa não haver liturgia do cargo que
ocupa- o que ampliou de forma exacerbada a rejeição internacional. O que fica
claro, muito claro, é que as ações dos governos estão sempre aquém das necessidades
da região, do ponto de vista de infraestrutura, segurança e preservação. Enquanto
isso, famílias enlutadas continuarão a chorar suas perdas!