A variante recombinante provém das linhagens BA.1 e BA.2 da
cepa Ômicron. Ela apresenta a mesma combinação da variante XE. No entanto, com
mutações diferentes. A maior parte dos casos de infecção pela XG foi registrada
na Dinamarca. Por enquanto, diz a Agência Brasil, os especialistas afirmam que
não há motivos de preocupação relativos à disseminação.
Por meio de nota, Gabriela Ribeiro, que atua na área de bioinformática
da Rede de Alerta de Variantes do Instituto Butantan, disse que “todas as
variantes recombinantes ainda necessitam de mais atenção nesta questão de
disseminação” e que “há, no mundo, apenas 205 sequências da XG”, sendo isto “pouco
em relação à população mundial e ao número de variantes que estão circulando”.
No Brasil, este é o terceiro caso de variante recombinante
identificada em São Paulo. De acordo com a Agência Brasil, o primeiro caso foi
identificado em março, em um homem de 39 anos. Ele estava com o esquema vacinal
completo contra a Covid-19. As amostras pesquisadas revelaram que o paciente
estava infectado com a variante XE. Como não havia viajado ao exterior ou tido
contato com pessoas que vieram de outros países, os pesquisadores concluíram que
a cepa já circulava na capital paulista de forma comunitária. O homem
apresentou apenas sintomas leves.
No mês de abril, outro caso foi registrado. Identificada como
XQ, a variante recombinante surgiu a partir da mescla entre a sublinhagem
BA.1.1 e a linhagem BA.2. A cepa foi
identificada em um casal que ainda não tinha tomado a terceira dose
da vacina. Ambos apresentaram sintomas comuns à Covid-19, a exemplo de febre,
dores de cabeça, no corpo e na garganta. Eles também não tinham histórico de
viagem.
MUTAÇÕES – Identificado, inicialmente, na China,
em 2019, o SARS-COV-2 vem sofrendo constantes mutações. Diversas linhagens,
sublinhagens e variantes recombinantes do novo coronavírus surgiram, desde
então. Isto porque os vírus são micro-organismos constituídos de material
genético (DNA ou RNA) envoltos em cápsulas de proteína. Por isso, quanto mais o
vírus se espalha, mais tende a sofrer variações em suas estruturas iniciais.
Ainda segundo a Agência Brasil, quando uma cepa começa a se
propagar, através da infecção de pessoas em diferentes regiões ou países, ela
se torna uma linhagem. Esse é o caso das variantes Alfa (B.1.1.7), Beta
(B.1.351), Gama (P.1), Delta (B.1.617.2) e Ômicron (B.1.1.529).
No caso das sublinhagens, a mutação não altera significativamente
o material genético. As variantes são, dessa forma, muito semelhantes linhagens
às quais pertencem. O Instituto Butantan explica que uma forma fácil de
detectar sublinhagens é perceber que a nomenclatura sofreu ramificações, como é
o caso das que se originaram a partir da Ômicron, identificadas, pelos
cientistas, como: BA.1, BA.1.1, BA.2 e BA.3.
A formação de uma variante recombinante é distinta. Nesse
caso, uma cepa surge quando há mistura ou recombinação de material genético de
duas ou mais linhagens ou sublinhagens do vírus. Para isso ocorrer, é preciso
que uma pessoa contraia, pelo menos, duas linhagens ao mesmo tempo.
Múltiplas variantes recombinantes foram detectadas em
circulação no mundo. Elas podem ser reconhecidas pela letra X em seu nome. De
acordo com a Agência Brasil, as linhagens recombinantes mais recentes vão de
XD, popularmente chamada de deltacron, até XW, seguindo ordem alfabética.