Foi eleito imortal, para a Cadeira de número 20 da Academia
Brasileira de Letras (ABL), o cantor e compositor baiano Gilberto Gil. A
votação aconteceu na tarde desta quinta-feira (11), sem a presença do artista.
Gil, de 79 anos, teve 21 votos (maioria absoluta) e deve
tomar posse em março de 2022, quando o órgão volta do recesso de fim de ano. Segundo
o G1, o músico acompanhou eleição de casa, no bairro de Ipanema, na Zona Sul do
Rio de Janeiro. Uma norma da ABL proÃbe que candidatos participem da sessão.
O presidente da entidade, acadêmico Marco Lucchesi, disse que
Gilberto Gil traduz o diálogo entre a cultura erudita e a cultura popular. "Poeta
de um Brasil profundo e cosmopolita. Atento a todos os apelos e demandas de
nosso povo. Nós o recebemos com afeto e alegria", declarou.
Concorreram à vaga o poeta Salgado Maranhão, que obteve sete votos,
e o autor e crÃtico literário Ricardo Daunt, que não foi votado. Segundo o G1, 34
acadêmicos participaram da elieção, de forma presencial ou virtual. Um deles não
votou por motivo de saúde. Houve, ainda, quatro votos em branco e dois nulos.
Além de multi-instrumentista, Gil é produtor musical. Entre
1998 e 2019, foi nove vezes premiado com o Grammy, importante premiação musical
do continente americano. Em 1999, a Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) concedeu a ele a nomeação de "Artista
pela Paz". Dois anos depois, foi nomeado embaixador da Organização das Nações
Unidas (ONU) para agricultura e alimentação. Entre 2003 e 2008, foi ministro da
Cultura do Brasil, durante os dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
Entre as composições mais célebres de Gilberto Gil, estão: "Drão",
"Andar com fé", "Domingo no Parque", "Aquele Abraço", "Cálice", "Vamos
Fugir", "Divino Maravilhoso", "Se eu quiser falar com Deus". Sua discografia é extensa. O artista possui
mais de 60 álbuns e tem quase 4 milhões de cópias vendidas.
De acordo com o G1, antes, a cadeira 20 estava ocupada pelo
acadêmico e jornalista Murilo Melo Filho, que morreu em maio do ano passado. Também
ocuparam a posição o fundador da ABL, Salvador de Mendonça, que escolheu como patrono
Joaquim Manuel de Macedo; EmÃlio de Meneses; Humberto de Campos; Múcio Leão; e
Aurélio de Lyra Tavares.