O Ministério da Saúde - o mais importante para os
brasileiros, nesse momento - é um pardieiro. O mau cheiro que exala de suas
entranhas vem de sabermos que a compra de vacinas ficou, aparentemente, na mão
de um grupo que "mistura estelionatários, corruptos, ignorantes e
malucos", como disse o Senador Alessandro Vieira, e fiscais que não
fiscalizam nada, além de servidores que são acusados de praticar extorsão.
É um roteiro conhecido, mas que sempre estarrece, ao ser
revelado, e não consegue ser desmentido pelo governo, que se limita Ã
inutilidade de dizer que é narrativa, sem que ofereça nada que a negue.
A entrega do Ministério da Saúde à influência do Centrão não
poderia resultar em algo diferente disso, afinal, a folha corrida de seus
componentes é histórica. O que se lamenta é que isso ocorra durante a pandemia
e com vacinas - o salvo conduto para os brasileiros que estão vivos.
A tragédia começa a colocar uma mancha perigosa sobre os
militares, já que uma série deles parece muito próxima dos picaretas já
identificados.
Cabe ainda, outra preocupação: considerando o monstruoso
volume de compras que o MS faz, será que não há outros contratos aberrantes,
outras compras fraudulentas acontecendo por lá?
A sociedade brasileira que paga imposto, que vive sua derrama
fiscal, que está exposta precisa exigir que o Ministério da Saúde seja
devassado e passado a limpo. Custe o que custar.