O vereador Jhonatas Monteiro (PSOL) propôs a instauração de
mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara Municipal de Feira
de Santana, durante a sessão ordinária desta quarta-feira (12). A CPI teria por finalidade investigar a situação do
transporte coletivo na cidade. De acordo com o vereador, a situação caótica do setor
é vivida, forçosamente, pela população, há alguns anos.
O parlamentar classificou a situação do sistema de transporte
feirense como "mafioso". "Iniciamos este trabalho no Legislativo tratando sobre
o transporte coletivo em Feira. Os primeiros requerimentos tiveram como tema o
cenário caótico vivido recentemente, que não é apenas por conta da pandemia do
coronavÃrus, pois o sistema de transtorno, como é chamado, é vivido pela
população há muitos anos. O melhor remédio é uma nova CPI nesta Casa, para que
trate da situação mafiosa do transporte público feirense", disse.
Jhonatas Monteiro apontou, ainda, que o cenário do transporte
público é pior na pandemia, por conta da superlotação nos ônibus. "Esse
problema não foi resolvido, apesar de todos os apelos, proposições e
requerimentos. O governo municipal continua deixando a situação correr solta, e
permitindo que o sistema de transporte coletivo seja um vetor de contaminação
da Covid-19 no municÃpio, sem levar nada do que foi discutido em consideração",
acusou.
O vereador disse que o cenário, já considerado ruim, vivencia
a possibilidade de uma greve por tempo indeterminado. O anúncio foi feito pelo
Sindicato dos Rodoviários, nesta terça-feira (11). A possÃvel paralisação pode
ocorrer a partir da próxima sexta-feira (14), devido "ao atraso nos pagamentos,
novamente, de modo injustificado, pelas empresas concessionárias".
REPRESENTAÇÃO DA OPOSIÇÃO
- Uma ação sobre o
caos no transporte público foi aberta, pelos vereadores de oposição, no
Ministério Público Estadual, há cerca de dois meses. E, segundo Jhonatas
Monteiro, foi acolhida pela instituição, tornando-se um procedimento. "Na terça
da semana passada, tivemos uma reunião com a promotoria em operação no
municÃpio, e as providências estão sendo tomadas nesse sentido", disse.
Conforme o edil, uma primeira razão para a representação no
MPE é a auditoria contratada em 2018, com seis meses de prazo, a R$ 797 mil.
Ele afirmou que, até hoje, os resultados sequer foram apresentados. "Uma das determinações
deste procedimento, que o governo municipal vai ter que cumprir, é mostrar os
resultados das etapas do que foi feito e do que não foi feito nessa dita
auditoria", destacou.
Jhonatas Monteiro garantiu que seguirá cobrando. "Se o
governo acha que vai correr solto e não será tomada providência alguma, está
enganado. Se o prefeito Colbert Martins Filho acha que pode deixar do jeito que
está e que vai deixar a sua irresponsabilidade ir mais longe, e que não vai ter
remédio, ele está enganado. Não esqueça que essa Casa vai cumprir o seu papel e
tomar as providências necessárias", advertiu.