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Saúde

Bolsonaro diz que vai se vacinar por último, porque tem muita gente apavorada, esperando

Ísis Moraes - 18 de Abril de 2021 | 11h 49
Bolsonaro diz que vai se vacinar por último, porque tem muita gente apavorada, esperando
Foto: Sérgio Lima/Poder 360

Aos 66 anos de idade, o presidente Jair Bolsonaro está apto a receber a receber a vacina contra a Covid-19 desde o dia 3 de abril, no Distrito Federal. No entanto, optou por não se imunizar. Na última sexta-feira (16), o chefe do mais alto posto do país disse, aos seus apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada, que vai se vacinar “por último”.

O argumento é que há “muita gente apavorada”, esperando. Segundo ele, a atitude é nobre. “O que acontece, tem muita gente apavorada aí aguardando a vacina, então deixa as pessoas tomarem na minha frente. Vou tomar por último. Eu acho que essa é uma atitude louvável. Porque tem gente que não sai de casa, está apavorado dentro de casa”, alegou.

Outra justificativa dada pelo presidente para não receber o imunizante é o fato de já ter contraído o novo coronavírus, em julho do ano passado. Com isso, Bolsonaro age não apenas como se desconhecesse o fato de que há inúmeros casos de reinfecção, tanto no Brasil quanto no exterior, mas também como se ignorasse a existência de novas variantes do vírus, uma delas originada em Manaus e considerada mais contagiosa e letal, motivo pelo qual o mundo vem fechando suas fronteiras ao país.

Crítico das medidas de controle da pandemia e da vacina, desde o princípio, Jair Bolsonaro chegou a negar que a Covid-19 fosse grave, em inúmeras ocasiões, além de ter dito, anteriormente, que não pretendia se imunizar, negando o árduo esforço científico mundial para conter o devastador avanço da doença que, apenas no Brasil, já ceifou 370 mil vidas. No planeta, mais de 3 milhões de pessoas já morreram em decorrência de complicações causadas pelo coronavírus Sars-CoV-2.

O presidente, no entanto, não entende suas atitudes frente à única possibilidade de contenção da mortandade massiva, que é a vacina, como um desestímulo à população brasileira, que já não segue à risca as recomendações sanitárias. Ao contrário. Aos apoiadores, Bolsonaro se queixou das críticas recebidas, acusando a imprensa de ter reprovado, injustamente, a sua decisão. “Em vez da imprensa me elogiar, me critica”, afirmou.

Fugindo ao papel de um chefe de Estado, Jair Bolsonaro coleciona um histórico de falas que põe em descrédito a eficácia e a segurança dos imunizantes, mesmo após a aprovação de alguns deles pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); que desmerece a dor das famílias que perderam seus entes; que incentiva o uso de medicações comprovadamente ineficazes contra a doença e que trazem riscos à saúde; e que despreza as medidas de isolamento social e o uso de máscaras. A atitude de se negar a tomar a vacina também influenciará a sociedade. Negativamente. O cargo que o presidente ocupa é um espelho. E deveria ser um bom exemplo.



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