Preso em flagrante enquanto atendia pacientes na clínica geral da Casa de Saúde Senhor do Bonfim, em Baianópolis (município a 782 km de Salvador), nesta terça-feira, 9, Luciano Brito, 39 anos, usava nome e número de registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) de um médico de Salvador.
As diligências que levaram os investigadores até ele tiveram início há cerca de 20 dias, a partir de uma denúncia anônima. Segundo o policial civil Vladimir Cristo, que fez parte da equipe que realizou a prisão, o falso médico tinha diploma e uma credencial falsificada do CRM.
A carteira tinha a foto do falsificador e o nome do médico soteropolitano, cujos dados estão sendo usados indevidamente desde 2012.
Substituto
"Ele agia sempre como substituto e estava na região oeste desde o final de 2014, onde atuou nas cidades Catolândia, Wanderley e Cristópolis, antes de chegar a Baianópolis", afirmou o policial civil Vladimir Cristo.
Ainda de acordo com informações da investigação policial, por mais de dois anos ele trabalhou como médico substituto no município de Monte Santo e outras cidades da região.
Em depoimento, o falso médico que é natural do município de Ribeirão Preto (SP), afirmou que chegou a cursar dois anos de medicina na Bolívia.
No entanto, contou que não teve condições de continuar e, como soube que na Bahia diversos médicos que estudaram na Bolívia trabalhavam como plantonistas em clínicas e hospitais, decidiu arriscar.
Segundo as informações da Polícia Civil, Luciano Brito vai permanecer preso à disposição da Justiça, para responder pelos crimes de exercício ilegal da profissão, falsidade ideológica e estelionato. "Ele fez dívidas em nome do médico cujo CRM utilizava", enfatizou o agente Vladimir Cristo.
Com Luciano Brito, os policiais apreenderam também documento de identidade falsa, carimbos e blocos de receituário.
Plantonista
Em nota, a Secretaria de Saúde de Baianópolis confirmou que o falso médico não era contratado pelo município e apenas exercia a atividade em regime de plantão, substituindo médicos contratados.
O órgão também informa na nota que o município não tinha conhecimento das irregularidades e que está contribuindo com as investigações policiais.
FONTE: A Tarde