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André Pomponet

Clima eleitoral ainda é morno em Feira

André Pomponet - 29 de Agosto de 2018 | 19h 06
Clima eleitoral ainda é morno em Feira

O clima eleitoral ainda é morno na Feira de Santana, mesmo com a candidatura do ex-prefeito José Ronaldo de Carvalho (DEM) a governador da Bahia, encabeçando a oposição. No passado, em duas ocasiões, o município viveu a experiência de um político local postulando o Palácio de Ondina, com o ex-governador e ex-prefeito feirense João Durval Carneiro, candidato em 1982 e, posteriormente, em 1994. Venceu a primeira e perdeu na segunda. Mas eram outros tempos, quando a população não vivia o desencanto atual com a política.

A expectativa é que a partir dessa semana haja maior engajamento do eleitor, pois começa o horário eleitoral no rádio e na televisão. Muita gente não se incorpora no acirrado debate virtual, nem garimpa candidato pela Internet, optando pelo horário eleitoral na tevê. É o que afirmam analistas, em que pese reconheceram o impacto crescente das novas mídias.

É claro que, com a proibição do financiamento privado, o dinheiro disponível diminuiu e as campanhas tendem a ser bem mais modestas. Pouco se vê de militância na rua com a distribuição de “santinhos”, as habituais bandeiras desfraldadas e os estridentes carros de som. A campanha vai ser fria e curta, já que restam menos de 50 dias até o encontro com as urnas, no primeiro turno.

Mas, apesar das restrições e do clima morno, as primeiras inferências já são possíveis. Por exemplo: muitos carros circulam com plotagens no para-brisa traseiro, sinalizando preferências. Os candidatos feirenses e aqueles que já exercem mandato são os mais evidentes nessa alternativa de propaganda. Isso indica que quem dispõe de recursos ou já milita na política larga com vantagem? É provável.

Apoios

Visualmente, percebe-se a presença muito mais ostensiva dos candidatos apoiados pelo ex-prefeito feirense. É natural: além do grande número de postulantes apoiados por ele – cujas bases estão pela região – há o esforço para se beneficiar com os elevados índices de aprovação atribuídos a José Ronaldo ao longo dos seus quatro mandatos. A relativa discrição das candidaturas ligadas à situação estadual, portanto, é compreensível.

A crença é que, em Feira de Santana, José Ronaldo obtenha uma vitória expressiva, embora pesquisas indiquem que, Bahia afora, seu nome permanece pouco conhecido, o que favorece o atual governador Rui Costa (PT), candidato à reeleição. Talvez o desempenho modesto do ex-prefeito nas pesquisas venha refreando o interesse do feirense pelo pleito. Mas isso é difícil de aferir.

O imprevisível cenário nacional também repercute sobre o clima na Feira de Santana. Afinal, Lula será candidato ou não? Enquanto aguarda o desfecho, o povo nas ruas, que majoritariamente apoia o ex-presidente, se engaja pouco na discussão. Os demais concorrentes – incluindo Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin – despertam pouco interesse até aqui, o que talvez mude ao longo da campanha.

O fato é que há pouco envolvimento do feirense com o calendário eleitoral. Crê-se que, quando entrar setembro – parafraseando a canção de Beto Guedes –, a partir da estreia do programa eleitoral, o cenário mude. Afinal, até o temido acirramento dos ânimos não se confirmou. Embora improvável, é melhor que o ódio não transborde e que prevaleça a discussão sobre os preocupantes rumos do País.



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