Por Dom Itamar Vian: Ele não está aqui - Tribuna Feirense

Tribuna Feirense

  • Facebook
  • Twiiter
  • 55 75 99801 5659
  • Feira de Santana, quarta, 04 de dezembro de 2024

Cultura

Por Dom Itamar Vian: Ele não está aqui

Dom Itamar Vian - 31 de Março de 2015 | 10h 12
Por Dom Itamar Vian: Ele não está aqui
No famoso cemitério de Paris, o Père Lachaise, há uma escultura impressionante: o monumento à Morte. Uma porta entreaberta, com força irresistível atrai a todos. Alguns deixam-se arrastar, impotentes, pela porta da Morte. Outros, sem sentido, jazem por terra, outros ainda, com desespero, tentam defender-se. Inutilmente.
 
Em meio àquela confusão, dois homens ali se encontram, cabeças erguidas, rostos serenos, indiferentes ao pavor e à morte. Seus pés repousam sobre um túmulo vazio, a lousa removida e nesta sepultura a inscrição: ELE NÃO ESTÁ AQUI.  A obra é a ilustração do Evangelho de Lucas, quando os Anjos, no Terceiro Dia, proclamam que Jesus ressuscitou.
 
Esta é a página mais maravilhosa da História. Jesus armou a sua tenda entre os homens e anunciou a libertação para todos. Os pobres, os pequenos, os humildes, os desesperançados, os pecadores foram convocados a ouvir a Boa Nova. Mas, nem suas palavras maravilhosas, nem sua doutrina jamais  ouvida, nem mesmo seus milagres impressionantes foram suficientes. Seus inimigos construíram uma impressionante rede de intrigas. E o profeta da Galiléia foi preso, humilhado e morto de maneira infamante
 
Chega o terceiro dia, Jesus volta á vida. A morte, conseqüência e símbolo do pecado, tem de devolver sua presa. Ele não está aqui. Ressuscitou. E porque ressuscitou, sua  vida, sua palavra, sua doutrina recobram seu esplêndido realismo. Ele começa uma nova História, não mais uma história de esperanças frustradas, mas a definitiva História da Salvação.
 
Cristo ressuscitou! Não existem motivos para desesperar, nem mesmo quando contemplamos perplexos e confusos a história de ódio e da violência que nos rodeia e até nossa própria história. Uma vez que Jesus ressuscitou, o mal não terá a última palavra. A palavra definitiva é da vida e não da morte. O bem venceu o mal. A alegria venceu a tristeza. A luz venceu as trevas.
 
O túmulo está vazio. Vazio de morte, de sofrimentos de misérias humanas. O silêncio da morte diante da notícia “encontramos o Senhor” (Mt 28,8) faz gritar em todos os tempos e lugares: Aleluia! Ele está vivo no meio de nós e conosco está “todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). Só Ele preencherá o vazio do nosso túmulo, de nosso coração, de nossa vida, de nossa família. Por isso é possível dizer: Abençoada Páscoa!


Cultura LEIA TAMBÉM

Charge da Semana

charge do Borega

As mais lidas hoje