Se o governo do estado reabrisse a ala inaugurada em dezembro de 2007 no Clériston Andrade e utilizasse outros espaços semelhantes subutilizados do vizinho Hospital Colônia Lopes Rodrigues, teria mais de 200 leitos novos, praticamente um novo hospital, gastando pouco.
A sugestão é do médico Eduardo Leite, que dirigiu o HGCA no começo do governo Jaques Wagner e lançou esta semana uma campanha para ampliar os serviços da unidade, acompanhada de uma carta aberta dirigida ao governador Rui Costa.
Cético quanto à disponibilidade de recurso para construção de um novo hospital, promessa de campanha de Rui, o ex-diretor acha que esta opção, além de mais barata, é a única viável. Ele lembra que o Hospital da Criança teve recurso federal para construção e duvida que na atual conjuntura de crise, o governo Dilma ofereça a verba para o sonhado novo hospital geral.
A reforma de alas desativadas no Lopes Rodrigues custaria uma fração do necessário para todo um novo prédio vertical, como o vizinho Hospital Estadual da Criança. Inaugurado em 2010, e planejado para 280 leitos, o HEC custou segundo o governo informou na época, R$ 52 milhões, entre construção e equipamentos. A Unidade de Pacientes de Longa Permanência, aberta no HGCA absorvendo o que antes era uma ala do Lopes Rodrigues, tinha 60 leitos e consumiu, segundo a mesma fonte, investimentos de apenas R$ 600 mil.
Ainda que os serviços prestados em um e outro sejam de natureza muito diversa, chama a atenção a diferença de custo por leito (R$ 10 mil na ala do HGCA e R$ 186 mil no HEC). Sem contar que o HEC ate hoje não atingiu sua plena capacidade, o que inicialmente era previsto ocorrer em dois anos.
Foi na gestão do próprio Eduardo Leite que esta ala – hoje fechada – do HGCA foi criada. Ao visitar Feira de Santana no começo desta semana, o governador Rui Costa prometeu que vai reabrir o espaço. “Na visita que o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas Boas, fez ao Clériston, ele me apresentou um relatório e me informou que entre algumas decisões que ele tinha tomado, uma delas foi mandar reativar os 60 leitos do hospital, o que eu espero que aconteça o mais rápido possível”, observou.
Rui alias, se mostra receptivo à proposta de encontrar espaços dentro dos próprios hospitais para expandir o número de leitos. Disse que recomendou ao secretário de Saúde que inspecione as unidades estado afora para fazer este redimensionamento do espaço físico.
Ao mesmo tempo, o governador garantiu que não mudou de ideia em relação a construir um novo hospital geral em Feira, que é compromisso de sua campanha, registrado na Justiça Eleitoral. Segundo ele a obra deve começar ainda este ano.
OUTRAS MEDIDAS
Na carta enviada ao governador, Eduardo Leite cobra ainda a ativação do Centro de Recuperação pós Operatória (CRPO), com capacidade para 10 pacientes, inaugurado pela presidente Dilma Rousseff quando ainda era ministra da Casa Civil, mas que nunca funcionou. O CRPO faz parte de um centro cirúrgico com 10 salas, onde funcionam apenas 3 ou 4 segundo Eduardo.
O médico pede ainda na carta que seja criada a Enfermaria e UTI para os pacientes do serviço de Neurocirurgia. Para isso já existe uma planta e projeto arquitetônico. Ele ressalta que o HGCA tem uma enfermaria que foi transformada em depósito, depois que abriu-se o Hospital da Criança e absorveu o serviço de mãe canguru, que funcionava nela.
“Sua origem humilde e sua luta em prol dos direitos verdadeiramente democráticos, o levarão à realização dessas reivindicações”, apela Eduardo no final do texto.