O Centro Municipal de Referência à Pessoa com Doença Falciforme realiza, nesta sexta-feira, 6, o II Mutirão para Diagnóstico precoce do AVC (Derrame Vascular Cerebral) em pacientes na faixa etária de 2 a 17 anos. Através do exame de Doppler Transcraniano é possível avaliar o fluxo sanguíneo cerebral em crianças e adolescentes.
A iniciativa faz parte de estudo que está sendo desenvolvido por estudantes de mestrado e doutorado da Universidade Federal da Bahia (Ufba) com a Fiocruz. Na Bahia, apenas Feira de Santana e Itabuna realizam esse exame rotineira e gratuitamente.
Conforme o neuropediatra Camilo Vieira, o AVC é uma das complicações mais graves da doença falciforme. “Quando não deixa sequelas graves, pode levar o paciente a óbito”, afirma. Esta é uma doença que mais acomete negros e descendentes.
Segundo ele, pacientes que apresentarem risco elevado para um derrame devem ser submetidos à transfusão sanguínea todo o mês. “Pacientes com anemia falciforme, na faixa etária pediátrica, têm chances 300 vezes mais de ter um derrame do que uma criança que não tem a doença”, salienta.
O paciente falcêmico tem alteração genética na hemoglobina – proteína responsável em absorver e transportar o oxigênio no sangue e liberá-lo no tecido. Esta é uma doença hereditária e não tem cura.
Geralmente, eles sentem fortes dores nos ossos, músculos e articulações, cansaço, tem anemia, olhos amarelados (icterícia), insuficiência renal aguda, feridas (úlceras). Em crianças pode haver edemas nas mãos e pés.
O diagnóstico da doença pode ser feito no bebê logo após o nascimento, através da triagem neonatal - “Teste do Pezinho” - e, quando adulto, pelo exame de eletroforese de hemoglobina. O Centro de Referência à Pessoa com Doença Falciforme funciona no Centro Social Urbano (CSU), no bairro Cidade Nova.