A pesquisadora da UEFS e da Yale University, Profª Ana Mayra Oliveira, proferiu uma palestra sobre o que há de novo no tratamento do Diabetes Mellitus, na XXV Jornada de Cardiologia, que está se realizando este fim de semana, em Feira de Santana.
Dra Mayra, endocrinologista, relatou os resultados dos ùltimos avanços apresentados no Congresso Americano de Diabetes, realizado recentemente, nos Estados Unidos, em que esteve participando e apresentando trabalho científico.
Empresário, suplente de deputado, apaixonado pelo Fluminense, aniversariou no último sábado, o feirense Zé Chico. Com seu nome apontado como um dos preferidos entre os eleitores em pesquisa para deputado, ele teve muito o que comemorar.
Felicidades.
É muito comum que os moradores de uma cidade não valorizem seu patrimônio histórico e cultural. Diante disso, a nossa coluna trará algumas vezes uma sugestão de visita a lugares importantes e que valem a pena serem olhados com mais carinho por nós, feirenses. Vamos começar com a Igreja Nosso Senhor dos Passos, um dos ícones da Princesinha do Sertão:
Em 1921, o Coronel Filippe Pedreira de Cerqueira obteve permissão do Arcebispo de São Salvador da Bahia e Primaz do Brasil, Dom Jerônimo Tomé da Silva (1893-1924), que aprovou uma planta em estilo neogótico, com o interior em escariole e na parte externa uma mistura de vidro e argamassa para a nova Igreja Senhor dos Passos que substituiria uma pequena capela construídas anos antes. Em 9 de outubro de 1921 foi colocada na parte sul do terreno a pedra fundamental, sendo celebrada uma Missa Campal no local da futura igreja, pelo Cônego Tertuliano Carneiro da Silva, tendo como orador deste ato, o Dr. Gastão Guimarães.
Em 18 de julho de 1929 era celebrada a primeira Santa Missa com a Igreja em construção. Em 1930, já havia sido colocada a cumeeira do edifício em ato solene e com a bênção do Cônego Carlos Olympio Ribeiro. Em 1932 as obras encontravam-se bastante adiantadas e para incentivar o fervor dos fiéis, foi celebrada a segunda Santa Missa com o templo ainda em obras. Neste ano já se tinha dado início à pintura de algumas paredes e colocação de telhados e de forros de "Pau Paraíba".
Em 1936 a Igreja foi entregue ao público pelo Padre Amílcar Marques de Oliveira, mesmo sem conclusão, funcionando apenas a Catequese aos domingos e o Ofício da Paixão às sextas-feiras.
Em 1951 o Padre Aderbal Saback Miranda, recomeçou a reconstrução da Igreja e resolve construir a torre com 35 metros de altura, com planta do Engenheiro Agnelo Frutuoso de Araújo. A obra foi suspensa, para que o Padre Aderbal se dedicasse à fundação do Bispado em nossa cidade. Em 17 de maio de 1964 a Igreja passou a ser Paróquia por autorização do então Bispo Dom Jackson Berenguer Prado, primeiro Bispo de Feira de Santana, nomeando seu primeiro pároco o Cônego Aderbal Saback Miranda, que organizou uma comissão formada por pessoas da sociedade feirense a fim de concluir a construção da Igreja.
Com a morte de Padre Aderbal, assumiu a Paróquia o Padre Ademar Melo Santos, (Frei Félix de Pacatuba), que já encontrou a Igreja quase pronta. Em dezembro de 1979, é feita a inauguração final da Igreja em todos os seus detalhes. Numa belíssima noite de Natal, a Igreja Senhor dos Passos é inaugurada com Missa Festiva presidida pelo Bispo (hoje emérito) Dom Silvério Jarbas P. de Albuquerque e concelebrada pelo Padre Ademar. A construção durou cerca de 53 anos!
Em 1991 foram efetuadas obras de reforma no telhado da Igreja com a substituição das telhas de barro por telhas de fibrocimento e modificações no presbitério.
No ano de 2009, houve a queda de um pináculo da torre da Igreja. Em virtude disso, o Pároco Padre Miguel Amaral, solicitou uma vistoria técnica da parte externa da Igreja, efetuada pelo Arquiteto Restaurador Dr. Mário Mendonça, CREA 1466-BA, que efetuou a primeira análise do problema. Nesta vistoria foram verificados que os elementos arquitetônicos decorativos aplicados à obra, ameaçavam seriamente os fiéis e transeuntes nas vizinhanças da Igreja. Dessa forma, em março de 2010, Padre Miguel Amaral solicitou uma nova vistoria técnica do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil de Feira de Santana, os quais optaram pela interdição temporária do imóvel em virtude da insegurança nestas estruturas arquitetônicas.
O projeto para esta reforma externa foi efetuada pelo IPAC - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Estado da Bahia, pois a Igreja Senhor dos Passos, trata-se de um patrimônio particular tombado provisoriamente pelo Governo da Bahia através do Processo nº 018/91 - Dígito Notificação / Decreto nº 09/09/1998. O valor aproximado para a reforma é de 1 milhão de Reais, com duração de doze meses.
Como a Arquidiocese de Feira de Santana não possuía recursos financeiros para execução desta obra, na manhã do dia 07 de junho de 2010 uma comissão formada pelo Arcebispo Metropolitano Dom Itamar Vian, Pároco Padre Miguel Amaral, Osvaldo Ottan Coordenador da Comissão da Reestruturação da Igreja e Manutenção do Patrimônio Paroquial, Deputado Estadual José Neto e da Deputada Federal Lídice da Mata, estiveram em audiência com o Governador da Bahia Jacques Wagner, o qual após receber e analisar todos os relatórios e perícias técnicas, autorizou o IPAC em caráter de emergência iniciar todo o processo para início da obra, assumindo assim o Estado a responsabilidade pela recuperação e xterna do imóvel.
Fonte: Paróquia Senhor dos Passos (http://www.paroquiasenhordospassos.com.br/historia.htm)
Acontece nesta quinta-feira, às 17h, no restaurante Cravo e Canela, no Villa Gourmet, coquetel de lançamento do Projeto de enfrentamento da violência contra a mulher, da ONG Versos de Mulher, inclusive com a apresentação do plano de beneficiamento e assistência gratuita jurídica, psicológica, psicopedagógica, social, educação sexual, voltada para mulheres vitimizadas de baixa renda de Feira de Santana.
Pretas!
25 de Julho, Dia de Tereza Benguela e da Mulher Negra
Vila Bela da Santíssima Trindade, Mato Grosso, entre 1750 e 1770.
A viúva Tereza Benguela não ficava de fora de nenhum assunto do Quilombo Quariterê. Podia ser o nascimento de uma criança ou o levantar de uma parede, Tereza se envolvia e sua voz altiva representava sempre a palavra final em qualquer decisão sobre a cidadela e seus moradores.
Outro dia ela comandou um confronto com uma patrulha de portugueses e à noite contava histórias para as crianças do Quilombo como se tivesse saído para colher frutas com as outras mulheres.
Quando Zé Piolho, então marido de Tereza, morreu, não havia dúvida de que ela seria a Rainha e o sucederia na liderança do Quilombo.
E assim foi por 20 anos, até que os portugueses dizimaram o Quilombo Quariterê e a Rainha Tereza Benguela, do Quariterê, sucumbiu lutando.
Uma Preta que lutou!
Ilha de Itaparica, Bahia, 1822
Maria Felipa estava cansada e dessa vez não era do coletar, pescar e limpar mariscos e peixes. Era de lutar.
Seu grupo queimara duas embarcações portuguesas que pararam próximo da praia de Itaparica. Os portugueses insistiam em se aproximar da ilha baiana, mas a gigante Felipa não deixava. Comandava um grupo que contava com índios e mulheres negras, contra os colonizadores.
Maria Felipa lutou muito por essa terra.
Mais uma Preta que lutou.
Rua da Graça, Graça. Salvador, Bahia, 2017.
Por volta das 18h, um dos pontos de ônibus de um bairro tradicional soteropolitano está cheio. A maioria das pessoas que se aglomera na estreita calçada é de mulheres negras que recém deixaram as casas das famílias em que trabalham como empregadas domésticas.
Dentre elas está Tereza da Cruz.
Tereza é babá de Maria Eduarda. Recebe um salário mínimo por mês e teve sua carteira de trabalho assinada recentemente, benefício que lhe trouxe como ônus trabalhar nas manhãs de sábado.
No bairro de Valéria, onde Tereza reside em uma pequena casa, convive com seu atual companheiro e um filho, fruto de seu relacionamento anterior. As mesmas tarefas que lhes são impostas no trabalho são repetidas em seu lar.
Tereza aprendeu a ler e escrever, diferente de sua mãe, que apenas desenhava o nome e da mãe de sua mãe, que nem desenhar teve oportunidade e aos 30 anos não tinha mais dentes de tanto apanhar de seu dono.
Tereza da Cruz é mais uma que luta todos os dias por sua sobrevivência.
Outra Preta que luta!
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Serviçais, domésticas, secretárias, assistentes do lar, babás, lavadeiras, muitas de nossas netas de escravas não conseguiram ainda ascender nos campos social, econômico, financeiro, educacional e profissional. Essas Terezas da última história inundam nossos pontos de ônibus todos os dias.
Do século ao XVIII ao XXI não vimos tantas mudanças na situação da mulher negra no Brasil. Quantas Terezas e Felipas são encontradas nos Mestrados e Doutorados? Quantas Terezas e Felipas atualmente morrem lutando?
Na verdade, hoje, nossas Terezas e Felipas morrem tentando sobreviver: do preconceito, da falta de oportunidade, do assédio, da exclusão, do desrespeito e da violência.
Diante desse quadro que somente com a união de todas as pessoas conseguiremos reverter, talvez em uma ou duas gerações, é que foi estabelecido o dia 25 de julho como o Dia da Mulher Afro Latino-Americana e Caribenha, data firmada no I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, realizado em 1992 em Santo Domingo, República Dominicana,
recepcionada no Brasil pela Lei 12.987, de 2 de junho de 2014, como sendo o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
Que no dia de hoje todas incorporemos o espírito de Tereza de Benguela, de Maria Felipa e de todas as Terezas e Felipas que lutam todos os dias pela sobrevivência no Brasil.
Por Augusto Cruz