1- Tricampeonato mundial de Rayssa Leal na Liga Mundial de Skate
2- Inauguração, na próxima semana, do Centro de Convenções pelo governo do estado
3- Inauguração do Complexo Educacional da Secretaria de Educação pela PMFS e Secretaria Anacy Paym
4- A derrubada de Assad , o " carniceiro de Damasco", responsável pela morte de mais de 500.000 Sírios.
5-50 anos de Jornalismo de Oydema Ferreira.
6-A movimentação em defesa da Cultura em Feira de Santana
Apesar de derrotado na eleição para Prefeito o deputado
José Neto está surfando em um período de boas notícias com ações do governo
federal e estadual em Feira.
A primeira delas é a sensacional inauguração do Centro de
Convenções, prevista para esse mês, uma obra esperada, demorada e vital à nossa
cidade. É um espaço que tem um potencial significativo de influenciar o setor
cultural e econômico, especialmente se viabilizado a ampliação do Aeroporto. Ainda voltaremos a
comentar sobre esse espaço após a inauguração.
Uma outra promessa urgente e que vinha se arrastando era a
Delegacia da Polícia Federal prometida quando Flávio Dino ainda era ministro da
Justiça. O deputado anunciou, essa semana, que o processo saiu do MJSP para análise do Ministério
da Gestão. A sociedade feirense precisa continuar a cobrar para que haja
agilidade no processo e não morra nas gavetas. O crime, em Feira, não faz
concessões à burocracia governamental.
Ele anunciou também a homologação da empresa CSS Coesa como
responsável pela obra da duplicação da Contorno, uma obra essencial para esse descuidado trajeto da Contorno.
Há, ainda, uma série de construções na UEFS inclusive no prédio do Auditório que esperamos seja concluído.
Embora ainda aguardemos a conclusão da eterna obra da Lagoa
Salgada e a finalização das enfermarias do HGCA- ainda insalubres- essas ações anunciadas representam um grande bloco de boas notícias que o deputado anuncia como parte das
ações de seu mandato.
Nascida Santana dos olhos D’água – nome que jamais deveria ter sido trocado – Feira se constituiu na poeira dos tropeiros, boiadas, fartura de lagoas e comércio. A força de Feira como cidade mercado, por ser entroncamento rodoviário, é demonstrada pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 2 bilhões, em 2000, para R$ 17,5 bilhões, em 2024.
Cidade carente de mais autonomia na arquitetura pública, descuidosa,
Feira mostra dificuldade para criar pertencimento, o que só é dado pela beleza –
Dostoiévski dizia que a beleza salvaria o mundo – e memória, esta, atualmente, mais
sob insípidos estacionamentos do que em pé.
Esse vazio é ocupado, hoje, pela marca da violência (justa,
afinal, “tudo que passa, passa por Feira”, como diz Tom Zé) e do mercantilismo (imerecido).
E para mudar esta imagem, Feira deve dar prioridade à cultura, como jamais fez.
Para tanto, a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e
Lazer (Secel) precisa deixar de ser um “puxadinho” de acordos políticos,
gestora de eventos outros, como Micareta e São João, para se tornar um elemento
transformador da realidade.
É preciso verbas para a implantação de um projeto cultural
consistente e continuado, e não apenas sobras ínfimas de festas, o que limita
as ações da pasta. É dever lembrar que cultura gera emprego e renda, tendo
movimentado 5% do PIB brasileiro, em 2024.
Uma cidade que tem um Juraci Dórea – criador de nossa
identidade cultural – mais reconhecido no Sul do país do que em sua cidade, onde ainda reside (vide matéria de página inteira da Folha de São Paulo,
em novembro); e um Antonio Brasileiro – possivelmente, um dos maiores poetas vivos
de Língua Portuguesa – mais estudado na França do que em nossas escolas não
pode dizer que incentiva e respeita seus atores culturais. O Grupo Hera de Poesia,
liderado por eles e pelo poeta Roberval Pereyr, deveria bastar para definir
Feira como cidade poética.
Precisamos de uma política de museus efetiva, não
desrespeitosa e integrada à Educação. Carecemos, ainda, de ocupação permanente
dos diversos equipamentos culturais; de criação de um Fundo Municipal de
Produção Audiovisual; de implantação de uma Escola de Teatro; de ampliação das
Escolas de Música; de um programa de ajuda a Corais e Filarmônicas; de
instalação de Oficinas de Criação Literária e de Artes Visuais; de apoio aos
núcleos culturais de produção artesanal, tradicionais e alternativos; de
festivais de artes; e de tantas outras ações que exigem interlocução e arrojo como
responsabilidade de governo.
Promover a inclusão do ensino das artes, da cultura, do patrimônio
histórico e da preservação da memória, nas escolas, é fundamental. Também é
preciso capacitar agentes culturais, para a formatação de projetos. E uma
política de apoio a publicações e prêmios literários seria muito bem-vinda!
Devemos aproveitar a excelente inauguração do Centro de
Convenções para vencermos o paradigma da rasura e da mesmice que nos tem sido
legado. É necessário que agentes culturais e entidades da sociedade civil
estejam juntos, a fim de vencermos essa imagem de terra sem lei.
É imprescindível construir uma cidade que cative por suas
lagoas preservadas. É urgente consolidar uma cultura que alimente o humano,
porque só ela pode nos defender desse mal-estar do século, povoado de desagregação,
violência emocional e sofrimento.
Para enfrentar esse caos em que nos encontramos, Feira precisa de uma revolução cultural. Isto já não pode mais ser adiado! Tomo a ousadia de convocá-los para essa luta coletiva. Nós podemos ter mais!
Circula a informação de que a Comissão de Transição Municipal
tem encontrado dificuldades em obter dados do governo atual, o que teria
motivado a saída de Fabinho – certamente, com o aval de José Ronaldo – e a
nomeação de Sérgio Carneiro para o lugar.
O fato, se verdadeiro, é estranho, especialmente entre
partidários. Também não faz sentido esconder dados, porque, ao assumir, o novo
prefeito terá acesso a todos eles.
Evidente que essa dificuldade, se verdadeira – e o prefeito atual pode desmentir –, não é o que se espera de um processo democrático e acaba prejudicando o cidadão. E isso não é aceitável.
Escrevi, há bastante tempo, que a politização das Forças
Armadas, estimulada por Bolsonaro, era um ovo de serpente e que ainda nos
custaria caro. Não há, nisso, nenhuma sabedoria, apenas a constatação de
repetições da história.
O discurso beligerante do ex-presidente contra as
instituições – ainda que o STF tenha se tornado um agente político – e a
legitimidade das eleições, de resto, nunca provadas, ajudaram a criar a
instabilidade política atual.
As hediondas revelações de que extremistas militares
planejaram um golpe – há mensagens, gravações, documentos –, inclusive com a
sugestão de execução de algumas autoridades, mostra o quanto parte das Forças
Armadas foram contaminadas.
O impedimento dessa execução se deu porque o Alto Comando não
endossou a barbárie. Segundo uma das gravações, a posição era: “cinco
(generais) não querem, três querem muito e os outros (sete), zona de conforto.
É isso. Infelizmente”.
Se for judicialmente provado, a punição deve ser implacável.
Como já foi revelado, em outra oportunidade, diante da minuta de golpe, o
comandante do Exército chegou a dizer, ao então chefe do Executivo, que “teria
de dar voz de prisão ao presidente”, se fosse levado adiante.
Então, há uma divisão perigosa nas Forças Armadas e é preciso
que seu lado legalista continue prevalecendo, expurgando qualquer extremismo de
suas fileiras.
Também é claro que as revelações e o processo devem seguir as
normas jurídicas, em nada se justificando os atropelamentos que já se tornaram
norma no inventivo direito do STF. Alexandre de Moraes não pode ser vítima,
promotor, juiz, ao mesmo tempo.
O general Mario Fernandes, já preso, precisa revelar o que
sabe. Ele estava na reserva do Exército e na ativa como palaciano. Era o
secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência.
Também é preciso descobrir quem deu a ordem para a missão e
quem deu a ordem para que ela fosse interrompida. Todos devem ser investigados
claramente, de forma transparente, para que os verdadeiros culpados sejam
severamente punidos, pois os fatos mostram que estivemos muito perto da
ruptura.
O último elemento é a apuração para definir se Bolsonaro
sabia do golpe, mas ela não pode ser submetida ao viés político. E se esses
mesmos militares pretendiam dar um golpe dentro do golpe, afastando Bolsonaro e
nomeando interventores militares.
Não é possível se contrapor aos fatos já mostrados, nem usar
a anedótica situação de um capitão que não encontrou um táxi para ir cumprir
sua missão, na tentativa de desmerecer o horror do que foi planejado, mas é
preciso que o Direito seja respeitado. É isso que diferencia uma democracia de
uma ditadura.