A Via Bahia nunca entregou condições decentes de trânsito na BR 324 ligando Feira a Salvador. O
asfalto sempre desnivelado, áreas sem acostamento, sinalização precária.
Tornou-se uma unanimidade. A pergunta
corrente entre os motoristas sempre foi quem dava proteção política à empresa, afinal, nem a CPI da Assembleia
Legislativa saiu do papel. Com o crescimento da pressão e a deterioração
das condições de tráfego, foi anunciado que a Via Bahia deixaria o contrato,
sem fazer as obras, mas levaria mais de R$892 milhões de indenização. O governo
federal assumindo a rodovia será obrigado a fazer as intervenções – com nosso dinheiro mais
uma vez- e depois licitar uma nova empresa.
É melhor do que pescar de bomba em aquário.
A sombra do passado começa a se estender sobre a Europa com
o envio de soldados pela Coréia do Norte para combater ao lado do criminoso de
guerra, Putin, da Rússia. Aos poucos vemos o eixo China, Rússia, Coreia do
Norte, sendo formado como aconteceu antes da segunda guerra. A heroica resistência
da Ucrânia que já custou muito à Rússia que não esperava uma defesa tão
tenaz. A Ucrânia resiste para não desaparecer e , de certo modo, para defender
o mundo democrático ocidental. O apoio dos demais países da Europa e dos EUA
definirá nosso futuro. Ceder a ditadores tentando evitar a guerra, resulta no
mesmo que Churchill falou quando Chamberlain foi fazer um acordo com Hitler:
entre a desonra e a guerra escolheram a desonra e terão a guerra. O cenário da terceira guerra mundial está sendo plantado.
Por outro lado, outro foco de tensão mundial é o conflito de Israel contra Palestinos - que há muito ultrapassou limites criminosos contras os civis de Gaza- e que precisa aceitar a solução de dois estados ao invés de apenas de basear no matar ou morrer dos sanguinários terroristas do Hamas.
A
Agencia Nacional de Aviação Civil (ANAC) continua gerida por um
diretor-presidente interino, visto que o governo e o Senado ainda não votaram
alguém para o cargo. É muito pirão disputado, nessa indicação.
É
uma irresponsabilidade manter um setor tão importante, com tantos riscos (como
mostra o acidente da VoePass), sem um controle adequado e uma política
definida. É brincar com quem embarca em um avião, no país.
Aliás,
a população de Vitória da Conquista (BA) reclama da falta de voos para a
capital. Na maioria das vezes, é preciso
ir a São Paulo para voltar a Salvador.
Ontem,
um amigo me relatou o espírito do momento: “antes, tínhamos muitos voos e não
tínhamos aeroporto; agora, temos aeroporto e não temos voos”.
É mesmo o inferno brasileiro.
Evidente que toda instituição paga pelo dinheiro público
está sujeita ao escrutínio da Sociedade. Apenas a arrogância e a soberba- que
tão frequentemente acontece no Judiciário- faz com que a crítica seja tomada
como ameaça institucional. O genial Millôr Fernandes costumava dizer que o
poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente. Há um consenso que o
STF foi importante em determinado momento para conter os arroubos golpistas de
Bolsonaro, mas é também consenso que a
partir daí a Corte tomou um caminho de violação jurídica, censura clara,
explicita e indiscutível.
Certamente, um dia, os livros de história irão registrar o
bisonho e indigno voto da ministra Carmem Lucia dizendo ser a favor da censura
“ só essa vez”. Um desses votos que cola na biografia e pesa por toda eternidade. Os inquéritos ilimitados de
Alexandre de Moraes é uma dessas aberrações de estados de poder de força.
O episódio mal explicado da agressão no Aeroporto de Roma e
as revelações das conversas de celulares de seus ajudantes são absolutamente
estarrecedoras e não seriam aceitas em um país realmente democrático. Elas
escancaram um Moraes investigador, acusador e julgador. Não foi à toa que
seu juiz auxiliar, Airton Vieira, disse:
"Formalmente, se alguém for questionar, vai ficar uma coisa muito
descarada, digamos assim. “ Aliás, um dos réus de 8/1 morreu na cadeia mesmo
após a PGR ter recomendando sua libertação por problema de saúde e o STF não
atender.
Por outro lado, há
evidente abuso do poder monocrático dos ministros, como Toffoli,
anulando sentenças e multas de condenados pela Justiça, incentivando a
impunidade e desmoralizando completamente o combate a corrupção.
Aliado a isso, é inegável o ativismo político do STF que
retirou Lula da cadeia para ser candidato- sim, é manipulação eleitoral-
esgarçando a democracia que tanto dizem defender. Temos a completa perda da liturgia do cargo e do
pudor ético. Ministros frequentam escolas de samba de bicheiros, iates de
investigados por crimes, viajam a Europa para dar aulas em eventos patrocinados
por empresas e lobistas com causas no Supremo. Tudo isso como se fosse normal.
Do mesmo modo além de censura a revistas, jornais, agora o fazem contra
a fala de um deputado na Tribuna, em clara tentativa de intimidação.
O avanço das medidas no Congresso que limitam o poder
monocrático dos ministros e, talvez, os mandatos, é uma urgência para um
reequilíbrio institucional. Antes do dilúvio que eles estão fomentando.
Apesar do crescimento eleitoral indiscutível das útimas campanhas, ainda não foi dessa vez que o PT derrotou José Ronaldo. É possível que tenha faltado afinamento com as alianças, ampliação de grupo ao invés de apenas uma liderança monolítica, entre outras razões, mas o capital político conseguido amplia a responsabilidade do governador Jerônimo com a segunda cidade da Bahia.
A duplicação da Contorno, inauguração do Centro de Convenções, conclusão da reforma das insalubres enfermarias do HGCA- atualmente destoantes do excelente padrão de hotelaria do restante do hospital-, viabilização do Aeroporto de forma defintiva, ampliação da rede de esgoto, são pautas que a cidade espera ver cumprida pelo governo. Evidente que não creio que o governador vá recuar no seu entusiasmo de resolver estas questões, pois não combina com seu perfil de governador de todos, líder político, e homem com ligações com a cidade.
É preciso, no entanto, manter a fé do eleitor que acreditou no projeto do governo nessa eleição.