Ao comportar-se mais como advogado de um partido do que como guardião da lei, o ministro Eduardo Cardozo, da Justiça, já perdeu a credibilidade necessária ao cargo. Agora se noticia que ele tem se encontrado com o Procurador Geral da Republica, Rodrigo Janot. Segundo Cardozo para alertar o Procurador da necessidade de reforçar sua segurança, pois o governo teria identificado crescimento de ameaças de “setores radicais”.
Como sabem os assassinados prefeitos Celso Daniel e o procurador argentino Alberto Nisman, no mundo todo partidos, políticos poderosos e empresários gananciosos não medem limites na defesa do seu poder, ou das generosas tetas estatais. Esperamos que Janot não afrouxe. Logo saberemos a escolha que ele fez: a nação ou o partido.
A todo dia e hora surgem novas denúncias sobre Bendine, o novo presidente da Petrobras. Além dos financiamentos sem garantias, para sua acompanhante Val Marchiori, agora descobre-se que ela era habitual nos carros e aviões públicos. Além das denúncias sobre malas de dinheiro que circulavam ao redor do ex-presidente do Banco do Brasil. Este homem é que Dilma escolhe para a Petrobras, em um momento no qual a empresa vive um brutal choque de credibilidade. É irresponsabilidade ou má fé.
A ameaça de Lula de colocar "o exército de Stédile”, chefe do MST, nas ruas, para o PT não perder o poder é mesquinha, indigna de um ex-presidente, mas compatível com o real tamanho e caráter de Lula.
Vergonha II
A Câmara Federal aprovou uma moção de repúdio ao ditador da Venezuela, Nicolas Maduro. A moção não foi aprovada pelo PT, PCdoB e PSOL. Aqui, usufruem da democracia. Lá fora apoiam ditaduras. Trazem na alma a vocação totalitária, o horror à liberdade, o apego à máquina pública. Sonham em ver instaurado aqui o que apoiam lá. Não merece respeito nem voto quem não defende a liberdade.
Vergonha III
A linha amarela do metrô de São Paulo, de 13 km, foi iniciada em 2004 e deveria ter ficado pronta em 2009. Agora se revelou que as obras estão paradas há anos, e Alckmin quer rescindir o contrato com as empreiteiras. Pra comparação, de 2007 até 2014, Xangai, na China, fez 466 quilômetros, totalizando 567 quilômetros de metrô, 7 vezes e meia mais que São Paulo. Cabe perguntar quem fiscalizava as obras, como os recursos eram liberados, como uma obra pode ficar anos parada, sem um governo saber? A incompetência de Alckmin seguramente é maior que a muralha da China.
Vergonha IV
A manutenção de Mario Negromonte como membro do Tribunal de Contas do Estado.
A dramática situação do transporte público em Feira, não merece apenas a competição de torcidas apaixonadas. De um lado, a da oposição, que acha que o projeto deve ser motivo de delongas intermináveis e elucubrações diversas; do outro, a do governo, que acha que apenas por vontade, desejo e escolha, ele deve ser implantado.
O debate sobre transporte público, não só o BRT, deveria merecer a participação da universidade, de especialistas apartidários convidados pela Câmara, e acompanhamento do MP (não apenas na intervenção inicial), do Instituto dos Arquitetos, entre outros.
No momento e com as informações que temos o que podemos observar é que o projeto é necessário e precisa ser iniciado, para melhorar a vida da população.
Entregar nossas melhores esperanças a Eduardo Cunha, na Câmara, é como pedir ao elefante que atravesse o rio cheio dando carona ao escorpião nas suas costas, acreditando que não será mordido. Mas até agora sua ação tem contribuído pra reativar o papel do Congresso no cenário político. A sua disposição de encaminhar um projeto de reforma política é salutar, pois o sistema no modelo que está é intragável, inviável e insuportável. Até porque, não custa lembrar que o dinheiro público é “tudo nosso, nada deles”.