Em Outubro de 2023, mais precisamente no dia 5, o ex-ministro da Justiça, Flavio Dino, fez a entrega simbólica de uma Delegacia da Polícia Federal para Feira de Santana. Chegamos a 17 meses de espera sem que a promessa tenha conseguido se materializar. Evidente que se gastamos um período desse para instalar uma delegacia na segunda cidade do estado da Bahia, não podemos dizer que combatemos a sério o crime.
É um desrespeito ao eleitor feirense. O governador Jerônimo, a bancada de Senadores petistas da Bahia e deputados federais precisam mostrar que querem combater o crime em nossa região e dar uma resposta sobre a promessa do ministro Dino e atual ministro do STF.
Delegacia já!
Em um artigo que produzimos para a Tribuna Feirense, em Agosto de 2024 ( https://encurtador.com.br/sdXjC), apontávamos a necessidade que as barracas das feiras livres fossem padronizadas e subsidiadas pela Prefeitura, melhorando o aspecto, a higiene, a ordenação urbana. Agora, em uma ação muito positiva o prefeito José Ronaldo anunciou que está executando uma intervenção desse tipo em relação às barracas dos feirantes. Um atitude correta e merecedora de aplausos.
Em 1950, logo após a Segunda Guerra,
o mundo tinha 2,51 bilhões de pessoas e 47 anos de expectativa de vida. Em 2000,
éramos 6,14 bilhões e 69,9 anos. Em 2025, somos 8,2 bilhões e 76 anos na média
de vida. Não podemos mais julgar o mundo com a mesma régua e condições do
pós-guerra. Há uma clara pressão demográfica sobre governos especialmente
depois que a comunicação universal tornou consumo, desejos, hábitos sociais,
uma informação partilhada até pelo mais remoto dos indivíduos. Estima-se que a
taxa de pobreza absoluta tenha caído de 30% nos anos 2000 para 18% nos dias
atuais, mas isso significa que ainda há 1,5 bilhão de pessoas nas piores
condições de vida.
Evidente que recursos econômicos
e naturais para manter o mundo alimentado e gerar bem estar social estão cada
vez mais escassos e caros. Em um mundo
multipolar, com o surgimento de novos atores globais competitivos, outros arranjos
geopolíticos precisam ser feitos, mudando a situação do pós-guerra. Não custa
lembrar que em 1948 os EUA detinham 48% de toda produção industrial do mundo.
Hoje a Ásia detém 50,6%, a Europa 24,6%, os EUA têm 22% e a África apenas 2%.
Trump, presidente dos EUA, é um sujeito
egocêntrico, desprovido de empatia e escrúpulos pelo poder, mas está colocando
o império americano a nu, mostrando o bolor administrativo, apontado que a política
americana é, em primeiro lugar, a da própria sobrevivência. A mensagem para
aliados, em especial a Europa, é que continuará sendo parceiro, mas os termos
das relações terão de ser mudados. A era da proteção americana ampla, total e
irrestrita ao velho continente- e, consequentemente, os demais- acabou. A
Europa, mal administrada, com baixa produtividade, pouco armada, que não
investe em autoproteção para seus 500 milhões de habitantes, não tem mais
lugar. A conta da realidade chegou.
A ação ignóbil de Trump, na TV, ameaçando
a Ucrânia, publicamente, é uma vergonha ocidental nunca imaginada, mas é
simbólico dessa era. Trump imagina um mundo dividido entre EUA, Rússia, China,
e, os adversários, servem para legitimar suas ações. Com a Ucrânia repartida com
a Rússia ele está autorizado a expandir suas garras. Ele é gentil com Putin por identificar nas
ambições russas as mesmas dos EUA. Por isso já atacou o Canadá, México, Groelândia,
Panamá e os minerais da Ucrânia, ainda que o modus operandi, por enquanto,
seja diferente. É preciso lembrar que nenhuma nação do planeta chega, ainda,
aos pés da máquina de guerra americana. Em 2023, os gastos militares dos Estados
Unidos chegaram a US$ 916 bilhões. A China investiu US$ 296 bilhões e a Rússia:
US$ 109 bilhões.
Um ditado que Roosevelt aprendeu
em uma visita à África transformou-se em política de seu governo: “quando fores
visitar teu adversário fala em voz baixa, mas leva um porrete na mão”. Trump aboliu a fase da voz baixa.
Os EUA já foram capazes de lutar
contra tudo e contra todos em todos os lugares do mundo, todo tempo, mas agora
está dizendo que o preço para manter isso está muito caro e os padrões
administrativos, as relações bilaterais, precisam ser ajustadas. Aonde esse
choque de realidade levará a Europa, exposta geograficamente, desgastada
demograficamente com o envelhecimento populacional, não sabemos, mas a ordem
mundial não voltará ao modelo da era pré-Trump. Não sabemos como o mundo
reagirá, como se dará essa reordenação, nem como os inimigos dos EUA
aproveitarão a chance. Trump não surgiu
ao acaso, ele é apenas um sinal de que o mundo que vivemos nos últimos 75 anos,
acabou.
A última eleição para prefeito de Feira de Santana foi a mais disputada para José Ronaldo. A estreita margem deu-se pelo natural desgaste do longo tempo que ocupou o poder, a hábil exploração da rejeição do governo Colbert pelo marketing do candidato José Neto (PT) e o natural crescimento do adversário, em sua quinta disputa. Inevitavelmente isso levou à montagem do secretariado com maior acordo político entre todas as gestões anteriores- o que resultou em críticas na cidade que esperava um perfil mais diferenciado e renovado.
Esse mandato de Ronaldo
reveste-se de alguns aspectos diferentes daqueles em que venceu com larga
margem. Ele deve ser mais qualificado do
que os anteriores para evitar que fique evidenciado um declínio administrativo;
precisa corrigir pecados das gestões anteriores( caos da Artêmia Pires, inoperância
do projeto Centro, ocaso do Centro de
Abastecimento, etc); permitir articular seu futuro político.
Não faz sentido Ronaldo disputar
a reeleição para prefeito, correndo o risco de ser derrotado, para fazer mais
do mesmo, aos 77 anos, que será sua idade
em 2028. Muita gente diz que Ronaldo foi
colocado na fogueira em uma eleição majoritária e fritado na outra por ACM
Neto. Evidente que na política quem manda é a oportunidade, mas sempre fica em
algum lugar da memória uma cicatriz e desconfiança.
Ronaldo, certamente, vai
administrar buscando recuperar a margem de popularidade fazendo um governo que responda
às demandas urgentes da cidade e, no qual, busque articulação política que lhe
permita participar do jogo político da sucessão estadual. Então, estamos vendo Ronaldo mais articulador, aberto, inclusive na relação com o governo do
estado. Com dois meses ele já recebeu ambulância e participou de reunião com Jerônimo, governador, algo inimaginável nos mandatos
anteriores. A parceria, ao que parece, tende ao crescimento. A conversa de
obrigação institucional é mero jogo de cena.
Essa abertura coloca pressão no
grupo de ACM Neto e gera especulação sobre um possível acordo com o grupo do
PT. Algumas fontes já disseram que boas conversas não são uma novidade.
Teremos, na próxima eleição
majoritária, muitas variáveis a serem pesadas, em especial depois que o PT
chutou para escanteio a candidatura a Senador de Ângelo Coronel, do PSD, de Otto Alencar, ex-carlista de tradição. Evidente
que a inelegibilidade de Bolsonaro ( e , talvez, a prisão), o derretimento da popularidade do
governo Lula( apoio a ditaduras, declarações desastrosas, cerceamento pela
atual esposa, ministério incapaz e preço dos alimentos), são elementos a serem
considerados.
Ainda há muita água para rolar
sob a ponte, como se costuma dizer, mas
em períodos de equilíbrio nenhum apoio pode ser desperdiçado. Ronaldo,
experiente e calejado, sabe desse jogo. É por isso que estamos vendo o prefeito
diferente, ao menos em parte, nesse novo mandato.
Enfim, tudo pode acontecer.
Inclusive nada.
Mais de 17.500 chamados foram realizados para o telefone de Emergência
por conta da poluição sonora. Isso representa 34% dos chamados e deslocamento
de 17 viaturas para atendimento. É absolutamente impressionante, especialmente
se considerarmos que boa parte da população não liga para fazer queixa.
Embora haja uma economia que envolve o setor- e que é
importante- não se pode usar esse argumento para justificar os prejuízos que causa ao cidadão
e a falta de limites e educação que envolve a situação.
Do mesmo modo, parece ser letra morta a lei que proíbe barulho
ao redor de unidades de saúde.
É preciso regulamentar o funcionamento e criar um espaço onde os
interessados façam sua prática de “ paredão” sem incomodar os demais.