É inacreditável que o governo tenha apresentado um orçamento com um rombo de R$30 bilhões, e que já se fala que pode ser maior. É como se a presidente abdicasse de governar e passasse a bola para adiante.
Pelo porte da empresa, com mais de 700 mil vidas, é provável que se trate do maior fracasso financeiro de uma operadora de saúde complementar no Brasil. É um alerta pra Unimeds de todo país, para que se evitem cartórios administrativos, irregularidades em registros do Conselho Fiscal, balanços fictícios para a ANS, aprovados às pressas, administradores amadores, tolerância com o abuso médico, e tantos outros golpes administrativos possíveis no sistema.
A queda de um repercute de forma ruim para toda a marca. E o ônus acaba ficando com os cooperados que irão pagar os prejuízos.
As frases desconexas, que se tornaram mais freqüentes, a irritabilidade com todos, os discursos sem pé nem cabeça revelam que Dilma vive em nítido estado de agonia mental. A pressão supera seus limites cognitivos e sua capacidade de interconexão da realidade, como ao dizer que demorou de perceber a crise, achando que alguém acredita.
Evidente que o governo Dilma acabou. Seja porque o TCU vai votar suas injustificáveis pedaladas fiscais que não se resolverão com mais adiamento; seja porque o TSE resolveu investigar suas contas a pedido de Gilmar Mendes e só não começou porque a Ministra Luciana Lossio, ex-advogada de Dilma e hoje no TSE, pediu vistas, mas que será temporário; seja porque as investigações da Lava-Jato são tão diversas e tão múltiplas que chegará às verbas de sua campanha em algum momento; seja porque não tem sustentação política para aprovar nada no Congresso e a economia ruim continuará minando as reservas e alimentando a insatisfação popular. Ela já não dirige, apenas vaga.
O que não se tem definido em Brasília é quem ou como se dará a sucessão do presidente. Podemos ter um governo de transição de Michel Temer, com um Ministério de notáveis (Ayres Brito, Serra, etc.) e menos sujeito a um discurso de golpe, ou o raso PSDB que segue desunido, e incapaz, mas que daria ao que restasse do PT o discurso das forças que são contra um governo dos trabalhadores. O risco da demora é que a partir dos fatos que vão sendo revelados determinadas opções não caibam mais no cenário.