A anemia falciforme é uma doença mais presente nas pessoas negras - com poucos registros em brancos. Em Feira de Santana, a prefeitura criou e mantém um serviço especializado nos cuidados ao paciente com a enfermidade. Localizado no Centro Social Urbano, no bairro Cidade Nova, o Centro de Referência Municipal à Pessoa com Doença Falciforme atende através de uma equipe multidisciplinar formada por clínico geral, hematologista, assistente social, neurologista, enfermeiros, nutricionista, dentre outros profissionais.
A coordenadora da unidade, Luciana Brito, observa que todos os serviços prestados no centro são gratuitos através de recursos do município, sem nenhuma contrapartida estadual ou federal. Inclui-se o exame Doppler Transcraniano, que não é feito pelo SUS e na Bahia só existe em Feira de Santana e Itabuna.
Com o Doppler é possível avaliar o fluxo sanguineo em crianças e adolescentes que possuem a doença, prevenindo esses pacientes de um acidente vascular cerebral (AVC).
Buscando uma maior conscientização sobre a doença falciforme o Centro de Referência alerta a comunidade para que exija o teste do pezinho nos bebês logo após o nascimento. Caso seja constatado que a criança é portadora de anemia falciforme, deve logo ser encaminhada para o Centro de Referência.
COLETA
Na próxima sexta-feira,6, uma equipe formada por estudantes de mestrado e doutorado da Universidade Federal da Bahia (UFBa) estará em Feira de Santana. O objetivo é fazer uma coleta de material e estabelecer um comparativo no resultado do exame de sangue associado ao Doppler Transcraniano e, assim, diagnosticar crianças com risco iminente de AVC por conta da anemia falciforme. O trabalho é desenvolvido com o acompanhamento do médico Camilo Vieira, neuropediatra do Centro Municipal de Referência à Pessoa com Doença Falciforme.
Dores no corpo, palidez e icterícia podem ser sintomas de anemia falciforme, doença genética e hereditária, predominante em negros, mas que pode manifestar-se também nos brancos, sendo o AVC uma das complicações mais graves.
A anemia falciforme é causada por mutação genética, responsável pela deformidade dos glóbulos vermelhos. Ainda não se conhece a cura. Os portadores precisam de acompanhamento médico constante (quanto mais cedo começar, melhor o resultado) para manter a oxigenação adequada nos tecidos e a hidratação, prevenir infecções e controlar as crises de dor.