Os criminosos que participaram da ação que matou a policial militar Dulcineide Bernadete de Souza, em um posto de saúde de Salvador, entraram no local com o objetivo de roubar as armas dos policiais e pertences das pessoas que estavam na unidade. A informação foi divulgada pelo delegado Odair Carneiro, em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira (18), na sede do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro da Pituba.
Dois suspeitos de integrar a quadrilha que organizou e realizou o crime, Lucas Silva dos Santos, de 22 anos, e Rodrigo Lima Bonadia dos Santos, de 24, também foram apresentados durante a coletiva, que contou com representantes da Polícia Militar, como o Coronel Paulo Uzêda, e comandantes da Rondesp, Operação Apolo e Gêmeos.
Outros dois suspeitos, Wilihans da Rocha Pita e Willian Santana da Silva, estão foragidos.
De acordo com a polícia, Lucas e Rodrigo foram presos na terça-feira (17). Contudo, Rodrigo não estava durante a ação no posto de saúde. Ele seria responsável por roubar e adulterar a placa do veículo usado na ação dos comparsas. O carro usado no crime foi roubado na sexta-feira (13), no bairro de Stella Maris, em Salvador.
Segundo informações da Polícia Civil, Lucas Silva estava em liberdade condicional há 15 dias e ficou preso por roubo durante três meses, no Presídio Salvador. Já William Santana, foi liberado pela Justiça há duas semanas. Ele também estava no Presídio Salvador e cumpria pena por roubo. Todos integrantes da quadrilha moravam no bairro de Cosme de Faris, segundo o Odair Carneiro.
O suspeito de ser o autor dos disparos que matou a policial, Josias Cerqueira dos Santos, foi morto durante uma troca de tiros com a polícia. "Chegamos até Josias através da investigação e de denúncia anônima. Ele estava na casa da avó, em Mata de São João. Quando ele foi cercado pelos policiais, fugiu para um matagal, reagiu à ação e acabou sendo baleado", relatou Odair.
Ainda de acordo com o delegado, foi Josias quem sondou o posto de saúde. "Eles fizeram uma ação coordenada. Josias foi lá no posto olhar como funcionava. Depois ele voltou com os quatro comparsas. Ele [Josias] e Lucas entraram no posto, Wilihans ficou observando o local do lado de fora e Willian ficou dentro do carro esperando a saída deles", relata.
Durante a ação, a policial militar atingida pelos disparos não estava sozinha no posto de saúde. Um colega da PM também integrava o plantão. Ele teve a carteira roubada e foi amarrado em uma armário. "Os criminosos também dispararam contra ele, mas por sorte não o atingiram. A policial chegou a esboçar reação", concluiu Uzêda.
As armas roubadas dos policiais ainda não foram encontradas. Um revólver foi achado com Josias, mas o objeto ainda não passou por perícia e a polícia não tem comprovação de que foi essa a arma usada na ação no posto de saúde.